550 toneladas de peixe digitalizadas: software acelera resultados da Santa Helena
06 de novembro de 2014
Crédito da imagem: Divulgação
Gerir a produção de maneira eficiente é o desafio de qualquer produtor aquícola. Foi pensando nisso que Henrique Novaes, proprietário da Santa Helena, decidiu apostar desde o início do negócio em um software que solucionasse este problema em uma estrutura enxuta, com apenas oito funcionários.
Situada em Ilha Solteira (SP), a Santa Helena estima chegar ao fim de 2014 com cerca de 550 toneladas produzidas de tilápia e pintado. Em 2012, um ano depois que foi fundada, produziu 220 toneladas. Até outubro deste ano, já produziu cerca de 450 toneladas. Esse aumento tem como um dos fatores a implantação do Inovapeixe, software de gestão desenvolvido pela Agroinova.
Este programa se tornou indispensável. “Não tive indicação de ninguém, mas hoje é praticamente impossível gerenciar tudo aqui sem software, porque ele traz bons resultados em termos de visibilidade e acuracidade da informação”, disse Novaes em entrevista ao Seafood Brasil.
Novais é uma exceção. “Nosso desafio é fazer com que o produtor realmente utilize o sistema para gerenciar sua produção e não simplesmente como banco de dados”, explica Alex Henrique Faggian, técnico-comercial da Agroinova.
Alex faz parte de um time de 12 pessoas, entre engenheiro de alimentos, zootecnistas e desenvolvedores, que atualiza constantemente o Inovapeixe. O projeto nasceu da start-up AgroInova, fundada em janeiro de 2012 por dois zootecnistas da USP que procuravam trabalhar com o mercado aquícola: Adriano Romero e Dalton Skajko Sales.
Ambos criaram o sistema usado pela Santa Helena e outros cerca de 50 produtores, no Brasil e no exterior. “Toda a movimentação que ocorre em uma piscicultura está aqui neste programa”, diz Alex Faggian. “Conseguimos considerar os custos totais de produção e cruzar com o faturamento e o lucro esperado. Assim o produtor pode planejar a operação e se antecipar”, diz.
O software tem um painel de controle (dashboard), que concentra todas as principais áreas do sistema. “Todos os dados inseridos estão cruzados e amarrados. Se compra ração, o dado entra no estoque, se ele usa ração em determinado lote de produção, automaticamente sai do estoque no sistema”.
Esta previsibilidade permite que o piscicultor controle o estoque e a produção para adequar o negócio à demanda do mercado. “No meu caso, eu gerencio 20 tanques diferentes, cada um contendo de 8 a 10 toneladas de peixe. A previsibilidade do sistema é muito boa”, conta Novais. Segundo ele, como o sistema tem controle de custo e faz uma curva de crescimento, o empresário monta a previsão de venda e consegue saber qual o peso total que a produção terá ao final do ciclo. “Também calcula a biomassa, faz cálculo de custo por quilo e outros funcionalidades.”
E isso pode ser feito até à beira do tanque, sem acesso à internet, por meio de um tablet. “Os funcionários tem tablets onde inserem toda informação do dia e o sistema sincroniza ao final do dia, deixando todos os tablets atualizados”, diz Novais. “O funcionário pode levar o tablet até o ponto de arraçoamento, inserir os dados ali de quantidade de ração administrada e o sistema já vai cruzar estas informações depois que for conectado à internet”, explica Alex.
O preço do sistema varia com o tamanho da produção e do uso. “O produtor paga uma mensalidade por quilo de peixe vendido. Assim cobramos de acordo com o porte da empresa.”, completa Faggian.
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