59% dos bares e restaurantes de SP não pretendem reabrir as portas
Food Service

59% dos bares e restaurantes de SP não pretendem reabrir as portas

Pesquisa revela que estabelecimentos não pretendem reabrir as portas com as atuais regras

08 de julho de 2020

Uma pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) revelou que 59% dos bares e restaurantes da cidade de
São Paulo não pretendem reabrir as portas com as atuais regras que proíbem mesas na calçada e limitam o horário de funcionamento até as 17h, entre outras. Se considerados somente os bares, o índice de estabelecimentos que não pretende reabrir chega a 80%.
 
Para 55% dos empresários ouvidos pela pesquisa, realizada entre os dias 6 e 7 de julho, a proibição de mesas na calçada prejudica o negócio. Outros 53% dizem que o horário das 11h até 17h inviabiliza a abertura. Oito em cada dez bares afirmam não ser possível abrir com este horário.
 
O regulamento da Prefeitura de São Paulo previa reabertura de bares e restaurantes até as 22h, mas neste caso predomina a regra do governo estadual, que limitou o horário para até as 17h. “Isso nos parece injusto e pouco racional”, disse em nota o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci. Cerca de 70% das vendas do setor se dá à noite, segundo a associação.
 
A Prefeitura de São Paulo prevê a implementação de um projeto-piloto nos arredores da praça da República para que restaurante e bares que reabrirem (seguindo os novos protocolos de higiene e capacidade reduzida) possam utilizar calçadas e trechos das ruas para acomodar 
os clientes. O Projeto “Ocupa Rua”, como é chamado, foi desenhado pelo escritório de arquitetura Metro Arquitetos, e, se der certo,
pode representar um caminho a ser trilhado pela maioria dos estabelecimentos da cidade.
 
Mas, com a pandemia ainda fora de controle no País, nada é garantido e o sucesso da tentativa dependerá, em última instância, do comportamento dos consumidores. “Se isso se tornar um ponto de aglomeração, por qualquer que seja a razão, o projeto terá sido uma catástrofe e é o que não queremos”, diz à Casa Vogue o arquiteto Gustavo Cedroni, sócio do Metro Arquitetos.
 
“A flexibilização do isolamento social é uma questão política e econômica. Mas também é uma questão política convocar a arquitetura e o urbanismo para tentar criar uma equação viável para esta situação”, afirma.
 
Reportagem do Estadão relata que empresas de tecnologia aproveitaram o tempo de reclusão para criar novas soluções que evitam o contato entre clientes de bares e restaurantes com os funcionários. Essas soluções começam a ser postas em prática com a reabertura do setor na capital paulista. Os estabelecimentos têm de seguir uma série de protocolos de higiene e distanciamento.
 
Entre eles, está a disponibilização de cardápios em plataformas digitais. “Já tínhamos o Uber no bar”, diz Carlos Lino, fundador e diretor do ZigPay. Antes da pandemia, a startup havia desenvolvido um aplicativo pelo qual o cliente podia pagar a conta pelo celular. “Agora partimos para o pedido”, diz o empresário.
 
O aplicativo funciona da seguinte forma: chegando à mesa, o cliente escaneia com o celular o QRCode e o cardápio é automaticamente aberto na tela do smartphone. Daí, ele escolhe o prato e faz o pedido, que vai direto para a cozinha. A figura do garçom aparece só na hora de trazer o prato à mesa. Inclusive o fechamento da conta e o pagamento são feitos de forma autônoma pelo cliente por meio do celular.
 
Lino frisa que o aplicativo vai além do cardápio digital, pois envolve um sistema de gerenciamento do bar ou restaurante que inclui até o estoque de produtos do estabelecimento. Nos cem bares e restaurantes nos quais o aplicativo já estava operando apenas com a modalidade de pagamento, houve uma redução de 40% na equipe de cobrança e diminuição no tempo de fechar a conta.
 
Agora, com essa nova funcionalidade de tirar o pedido, a expectativa é enxugar ainda mais custos, reduzir a interação com clientes e dar mais agilidade no atendimento. Isso deve fazer com que o freguês amplie os pedidos, prevê Lino.
 
A startup também desenvolve neste momento um projeto-piloto gratuito para barracas de praias. Ele começou a ser testado esta semana em Camburi, com a reabertura das praias de São Sebastião, no litoral Norte de São Paulo. Neste caso, o projeto teve adaptações. O QRCode foi
colocado numa bandeirinha fixada na cadeira de praia da barraca. O freguês escaneia o código no celular, abre o cardápio, faz o pedido e paga.
 
Créditos da imagem: Flickr

bares, Coronavírus, Metro Arquitetos, Ocupa Rua, restaurantes, ZigPay

 
publicidade 980x90 bares
 

Notícias do Pescado

 

 

 
SeafoodBrasil 2019(c) todos os direitos reservados. Desenvolvido por BR3