Alimentação do consumidor muda e preço do peixe bate recorde

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De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o preço do peixe bateu recorde no mês de maio desse ano. A mudança da dieta dos consumidores, a alta dos preços do petróleo, o custo do transporte contribuíram para a alta do preço do pescado na mesa, segundo a reportagem do jornal The Economist.

A aquicultura teve alta de 20% de 1990 a 2012, enquanto que a pesca artesanal subiu 100% no mesmo período. A quantidade de peixes capturados globalmente pouco mudou nas últimas duas décadas. A indústria de criação de peixes continua a fazer melhorias de produtividade. Os produtores descobriram recursos para usar menores quantidades de farinha de peixe como alimento. No início, se usava cinco quilos de peixe selvagem para produzir um quilo de salmão. Hoje em dia, usa-se praticamente a metade para obter o mesmo resultado e isso ainda pode diminuir.

De acordo com a FAO, as fazendas de peixes tornaram-se também mais eficientes em termos energéticos, o que significa que elas são menos afetadas pelas altas dos preços da energia. O aquicultores também aprenderam a lidar com doenças, reduzindo a quantidade de peixe que acabaria sendo descartada.

Como resultado de todas essas melhorias, a produção mundial de peixes de cativeiro, medida em toneladas, já ultrapassa a produção de carne. A tendência é de crescimento, a FAO estima que até 2020 crescerá seis vezes mais do que o nível de 1990.

Este crescimento ainda irá sacudir o mercado de peixes. Estima-se que as espécies cultivadas venham a dominar o mercado para os produtos de valor médio. Os fornecedores de peixes selvagens, por sua vez, devem deslizar em nichos de mercado. Já os peixes de baixo custo, como a sardinha, são um insumo crucial para peixes de viveiro e estão em oferta abundante. Mais de um terço do total das capturas marinhas em 2010 foi utilizado para a produção de farinha e óleo de peixe.