Aquicultura vai desacelerar no mundo em 2017, diz Rabobank; preços de salmão e camarão devem se estabilizar

Aquicultura vai desacelerar no mundo em 2017, diz Rabobank; preços de salmão e camarão devem se estabilizar

Cultivo precisa crescer ao menos 4% ao ano para satisfazer o crescimento global da demanda por pescado

10 de janeiro de 2017

A aquicultura continuará a liderar a revolução azul, mas o banco Rabobank acredita que o ritmo de crescimento vai começar a diminuir de 5% a 8% ao ano para 3% a 5% anualmente. Segundo o banco, isso é o resultado do amadurecimento natural do segmento, que tem a China como líder e principal vetor de expansão. "A aquicultura daquele país cresceu rapidamente no passado, mas o crescimento agora desacelerou para 2% a 3% por ano."

Por outro lado, a demanda deve seguir em crescimento próximo a 2% ao ano. Como as capturas selvagens se estagnaram, a aquicultura deverá crescer ao menos 4% ao ano para satisfazer o crescimento global da demanda por pescado.

Salmão e camarão estáveis
Se o clima no Chile ajudar a produção, os importadores de salmão podem ter boas notícias vindas do mercado. De acordo com o Rabobank, o mercado retomará o crescimento em 2017 com preços em patamares mais baixos. Em 2016, a produção caiu 5% com os problemas decorrentes da disseminação de algas nocivas em território chileno e incrustações na Noruega.

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O banco crê em uma recuperação na oferta e os preços deverão se manter em níveis altos até pelo menos a metade de 2017, quando então devem cair conforme a temporada, mas não no patamar observado em 2015, quando chegou a quase US$ 3,00 a libra no mercado norte-americano. A expectativa do Rabobank é que o preço saia de um nível de US$ 6,00 a libra para se estabilizar em US$ 5,5 a libra.

No camarão, continua a recuperação mundial do mercado após a disseminação da EMS (Síndrome da Mortalidade Precoce) pela Ásia, em 2014. O Rabobank avalia que as pressões sanitárias estão sendo bem administradas com uma série de mudanças nos sistemas de produção.

Ao mesmo tempo, países que não registraram o problema, como a Índia e o Equador, registraram crescimento. A produção global em 2017, segundo estimativas do banco, deve se aproximar das 4 milhões de toneladas.

O preço, por sua vez, deve percorrer uma trajetória de estabilidade, de acordo com o banco. "Não esperamos nenhum pico de preço nos próximos dois ou três anos, se prosseguiram as atuais dinâmicas." O preço mundial do vannamei caiu de US$ 6,00 a libra para US$ 4 após a ocorrência da EMS, mas deve se aproximar de US$ 5 em 2017.

Ração a preços menores
O cenário para as rações oferece um alento a quem sofreu com os altos preços em 2016. Com a diminuição dos efeitos do El Niño, a captura de proteína de peixes pelágicos para a composição de ração para peixes deve melhorar, impactando positivamente nos preços das rações.

Segundo o Rabobank, a recuperação gradual da oferta deve limitar a tendência histórica de aumento dos preços da ração, que devem flutuar entre US$ 1200/tonelada e US$ 1600/tonelada. Por outro lado, a recuperação da carcinicultura asiática pós-EMS e da indústria do salmão também devem pressionar os preços pelo lado da demanda em 2017.

Já aqui no Brasil, segundo o Sindirações, a demanda alcançou 722 mil toneladas e praticamente manteve-se estável nos nove meses do ano, conforme os dados mais recentes disponíveis. Apesar do crescimento da piscicultura na região Sudeste, o cenário foi afetado pela mancha branca no Nordeste e pela estiagem em reservatórios do Nordeste, como o Castanhão.

No balanço do ano, a entidade estima que esses gargalos podem aprofundar o retrocesso e culminar na demanda de apenas 925 mil toneladas de rações para aquicultura em 2016. Para 2017, a previsão da demanda é de mais de 1 milhão de toneladas de rações, que pode ser incrementada caso as previsões se safras recordes de soja e milho se confirmem.

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