Anufood 2019: Brasil será principal fonte de alimentos do mundo e vai baixar até preço do pescado

Anufood 2019: Brasil será principal fonte de alimentos do mundo e vai baixar até preço do pescado

Tereza Cristina e Roberto Rodrigues colocam Brasil como a fonte global de alimentos capaz de crescer; preço de proteínas animais deve ter impacto positivo

19 de março de 2019

Dois ministros da agricultura de eras distintas, mas com objetivos comuns. A atual ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, abriu o painel “Segurança Alimentar” do Congresso Anufood, em São Paulo, com esta sinalização. “Desejo enfatizar a importância do comércio e da segurança alimentar e ela não é sinônimo de autossuficiência”, declarou.

Segundo a ministra, o Brasil deixou o grupo dos 20 maiores importadores de alimentos do mundo e atualmente detém 20% das exportações mundiais de produtos alimentícios. A ministra acredita que o País tem capacidade de atender às necessidades nacional e global.

“A experiência do Brasil mostra que é possível haver convivência harmoniosa entre os produtores agrícola e preservação pois tivemos, em 20 anos, um aumento de produtividade de 400% enquanto a área plantada cresceu apenas 33%. Podemos alimentar nosso País e atender as demandas mundiais”, assegurou.



 










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Ministra Tereza Cristina lembra quando a equipe do ex-ministro Reinhold Stephanes fez um churrasco na Anuga, na Alemanha.


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Já o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, coordenador do centro do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas, citou dados da USDA (Ministério da Agricultura dos Estados Unidos) para afirmar que, nos próximos dez anos, a oferta de alimentos precisa aumentar 20% para atender ao crescimento populacional.

Em projeção da USDA, o mundo deverá aumentar a produção de alimentos para atender sua demanda e o Brasil deverá crescer 41% até 2027. “Vamos ser os campeões em segurança alimentar em dez anos. Isso só depende de nós, com estratégia, seguro rural e somando forças com a América Latina”, concluiu Rodrigues.

Para a ministra, os grandes desafios são as barreiras impostas à importação de produtos brasileiros por outros países; também a garantia a segurança jurídica para o produtor rural e melhora no acesso a insumos mais modernos e eficientes.

No painel “A Indústria de Alimentos”, na quarta-feira (13/03), o chefe da divisão de agro-alimentos, comércio e mercado da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Jonathan Brooks, já vislumbra impacto positivo na alta de oferta de alimentos e na redução do ritmo de crescimento da demanda.

A maior disponibilidade de produto, motivada pelo crescimento de fontes como o Brasil, deverá gerar redução nos preços de diversos alimentos, como carnes, peixes, açúcar e cereais. Porém, os riscos de aumentos temporários se mantém em função de eventos climáticos e, sobretudo, das ações políticas.

O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Sebastião Barbosa, defendeu a pesquisa tecnológica como ferramenta para alcançar as metas propostas por Rodrigues. Em panorama sobre a agricultura nos últimos 40 anos, ele avalia que a Embrapa contribuiu para o Brasil deixar de ser importador de alimentos para se tornar um dos maiores exportadores do mundo”, comentou, lembrando que a Embrapa completará 46 anos em abril.

Para ele a qualidade do alimento, segurança e sustentabilidade são as palavras para os próximos anos. “Não podemos descartar nenhuma tecnologia que nos ajude a combater a fome e a desnutrição. A transgenia, através dos organismos geneticamente modificados, é mais uma ferramenta que a humanidade tem a seu favor” completou.

Um filhote da Anuga

O Congresso foi parte da primeira edição da Anufood Brasil, feira internacional de negócios para o setor de alimentação e bebidas, realizada entre os dias 12 e 14 de março em São Paulo (SP). O evento foi organizado pela empresa Koelnmesse e seguiu o modelo da Anuga, a maior feira de alimentos do mundo que acontece na Alemanha e neste ano completará sua 35ª edição.

O diretor executivo da Koelnmesse GmbH, Herbert Marner, disse apostar no potencial que o mercado nacional oferece, por meio do evento brasileiro,  e que o objetivo é estabelecer a feira como uma plataforma de exportação para a indústria nacional de alimentos e bebidas sob o tema “O Brasil alimenta o mundo”. “Isso permitirá a entrada no mercado e abrirá caminho para estender o evento como uma feira internacional, assim que as atuais barreiras à importação diminuírem”, declarou.

“Acreditamos que este país vai se tornar uma nação de exportação e mercado de vendas, mais uma vez, e além disso o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores do mundo. Cerca de 180 expositores e aproximadamente 6.000 visitantes brasileiros participam regularmente da Anuga, da Anuga Foodtec e da ISM e outras feiras em Colônia”, completou Marner.

A primeira Anuga foi realizada em Stuttgart em 1919, e no ano de 1951 a feira se estabeleceu como plataforma de negócios internacional central para a indústria de alimentos, com a participação de 1.200 expositores de 34 nações. No decorrer dos anos, o evento passou de plataforma de alimentos e processamento para exclusivo em alimentos e bebidas.

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