Captura de salmão selvagem no Alasca supera previsões; no Chile, produção cai
Brasileiros pagam mais barato pelo salmão chileno de cativeiro em 2015; no selvagem, queda de sockeye pode motivar busca por outras espécies
09 de setembro de 2015
236 milhões de peixes é o que a indústria do salmão do Alasca comprou dos pescadores locais até 25 de agosto deste ano. A quantidade superou a previsão total do Departamento de Pesca e Recreação do Estado norte-americano em 15 milhões de peixes; só o salmão pink teve 26 milhões de peixes a mais do que a previsão, como informa o site Fishermen's News Online.
Houve queda, no entanto, nas espécies de salmão sockeye, chum e prateado, mas a maior preocupação local parece ser com a promoção e marketing das espécies mencionadas em um cenário complicado: fortalecimento excessivo do dólar, desvalorização da moeda chinesa (yuan) e o embargo da Rússia à importação de alimentos dos Estados Unidos e da União Europeia.
A decisão do país europeu provocou uma mudança importante no mercado do salmão, já que a Noruega e a Islândia pretendem incrementar atuação para compensar a perda com a Rússia. Consultado pelo site, o Alaska Seafood Marketing Institute (ASMI) disse que a alternativa é desenvolver novos mercados fora do País e também no âmbito doméstico.
Enquanto isso, no Chile...
O último balanço da aquicultura chilena divulgado pela Subsecretaria de Pesca e Aquicultura do Chile mostra uma diminuição de 29,5% nos cultivos no período de um ano até julho de 2015 ante o mesmo período de 2014. A produção de salmão do Atlântico, do Pacífico e a truta arco-íris caiu quase pela metade, de 476 mil toneladas no ano passado para 253,6 mil toneladas em 2015.
O salmão do Atlântico, principal variedade disponível no Brasil, caiu 34,8% ante 2014, para 230 mil toneladas. Já em relação aos mexilhões (também chamados de choritos), que também já desembarcaram por aqui, a produção aumentou: o cultivo cresceu 8,1% sobre o mesmo período de 2014, para 221, 3 mil toneladas.
Junto ao contexto internacional do segmento, o efeito da produção menor sobre as exportações foi imediato. O salmão do Atlântico, que representa 49,3% da receita total com as exportações chilenas de pescado, sofreu uma desvalorização de 17,8% em relação ao ano passado.
Com a exceção da Rússia, que encontrou no Chile uma alternativa aos europeus e americanos, EUA, Japão, Brasil, China e todos os demais mercados compradores compraram salmão chileno mais barato. No caso brasileiro, os chilenos cobraram 16% menos, enquanto para a China a desvalorização foi de 31%.
Comer ou não comer salmão?
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