Carcinicultura mundial não deverá ter ano fácil, diz especialista

Crédito da foto: Pink Sherbet/Creative Commons

A produção de camarão não deverá se recuperar rapidamente para os níveis de anos anteriores, disse o CEO da AquaInTech, Stephen Newman, ao Shrimp News International. Segundo ele, isto é o reflexo de paradigmas de produção que ignoram medidas de biossegurança e produção sustentável de longo prazo para se concentrar em ganhos de curto prazo.

"Os criadores de Camarão no Sudeste Asiático estão assolados por várias doenças", diz o especialista. "A síndrome de mortalidade precoce (EMS) é a mais visível no momento. Embora haja sinais em algumas áreas que as mudanças de paradigma estão diminuindo com sucesso o seu impacto, ela não desapareceu e continua a se espalhar em novas regiões."

Newman alerta ainda para o fato de que muitas doenças são transmitidas pelo movimento de camarão em todo o mundo, legal e ilegalmente. "Indivíduos e empresas que pensam que a grama é mais verde em outro lugar ignoram medidas básicas de biossegurança do senso comum e do navio de camarão para áreas livres da doença. Globalmente, os criadores de camarão pagarão um preço muito alto por isso", aponta.

A recuperação será lenta, na visão do empresário, e o alto preço do camarão em cativeiro irá estimular a produção em áreas que ainda não foram afetadas pela EMS e vários outros patógenos, como os microsporídeos. "Até que haja uma mudança substancial na conscientização e aumento da preocupação entre os criadores de camarão, eu não acho que a produção de camarão em cativeiro global atingirá os níveis de produção que existiam antes da crise atual", antecipa, para concluir: "Este é apenas o mais recente [episódio] no que parece ser um ciclo de crises que nunca terminou."

O Brasil, pelo menos por enquanto, está livre destas enfermidades, embora ainda enfrente problemas com a mancha branca. Veja na última edição da revista Seafood Brasil como o País pode se beneficiar dos problemas sanitários da carcinicultura asiática.

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