Cartilha ensina como aprimorar comercialização e marketing no pescado
Varejo

Cartilha ensina como aprimorar comercialização e marketing no pescado

Além de mostrar a importância do marketing para o pescado, a edição ainda destaca as formas de se aplicá-lo

20 de agosto de 2020

O “novo normal” ocasionado pela pandemia do novo coronavírus trouxe os desafios de elaborar formas efetivas de adequar o nosso cotidiano. A situação está exigindo medidas criativas e inéditas para muitas pessoas, como no caso do professor e engenheiro de Pesca Marcos Ferreira Brabo, que a partir da necessidade de ministrar aulas online, precisou usar a criatividade para elaborar formas diferentes de ensinar.
 
Com a preocupação em manter a qualidade do que era feito presencialmente, Brabo teve a ideia de criar uma cartilha em formato digital para nortear as aulas da disciplina de marketing para o curso de Engenharia de Pesca, da Universidade Federal do Pará, mas agora a liberou para divulgação geral (acesse aqui). 
 
A primeira edição do exemplar foi feita em conjunto com o também professor Marcos Antônio Souza dos Santos, da Universidade Federal Rural da Amazônia. “ [a cartilha] foi uma das que se mostrou mais viável, pelo baixo custo e pela facilidade de acesso”, destacou Brabo.
 
Conforme os autores, a comercialização de pescado passa por diversos elementos, podendo ocorrer de forma direta ao consumidor, por pescadores e aquicultores, ou por estabelecimentos processadores, distribuidores e comerciantes especializados. Mas, independente de quem esteja vendendo o produto, o objetivo é obter preços melhores e/ou expandir sua participação no mercado. Desde que, claro, o cliente esteja disposto a comprar.
 
Assim, a definição de estratégias para conquistar e fidelizar os clientes é considerada fundamental e passa por vários fatores, como: grupo, espécie, porte, forma de apresentação, método de conservação, embalagem, preço, público alvo e local de comercialização, bem como por características dos produtos concorrentes. 
 
Então, o desafio é compreender o que mais influencia na tomada de decisão do cliente, para que o produto possa ser moldado ao mercado. A cartilha pretende auxiliar estudantes e profissionais na percepção da importância e na condução deste processo de agregação de valor ao pescado por meio do marketing. 
 
Além de mostrar a importância do marketing para o pescado, a edição ainda destaca as formas de se aplicá-lo, indicando estratégias para a aquicultura, pesca, os estabelecimentos processadores, os distribuidores, na comercialização e nos restaurantes.
 
Em aplicação deste marketing para a pesca, entre as estratégias propostas na cartilha, temos: 
 
-Exaltar o cumprimento de medidas de ordenamento, como: o período de defeso, o tamanho mínimo de captura, entre outras normatizações;
-Enfatizar a importância social da atividade no que diz respeito à geração de trabalho e renda, inclusive para populações tradicionais;
-Verificar a possibilidade de certificações ou indicações geográficas que agreguem valor ao produto.
 
Já para aquicultura, destacam-se:
 
-Explorar a maior sustentabilidade da atividade em relação à pesca, pelo menos no que diz respeito à capacidade de ser perene;
-Enaltecer a padronização do produto, a regularidade na oferta e a possibilidade de estabelecer o peso de abate proporcionadas pelo planejamento aquícola, bem como a possibilidade de controle ambiental;
-Analisar o turismo rural enquanto oportunidade de negócio, inclusive a possibilidade de incluir degustações do produto.
 
Nos estabelecimentos processadores, as ações propostas são: 
 
-Avaliar as possibilidades de diversificação de produtos e de fracionamento na mesma embalagem, principalmente para evitar o descongelamento desnecessário em bares e restaurantes;
-Inovar em pratos prontos para aproveitamento integral do pescado;
-Explorar a segurança alimentar promovida pela indústria, a rastreabilidade, a praticidade para o consumo e a maior vida de prateleira.
 
Já para os distribuidores, temos as estratégias recomendadas: 
 
-Enaltecer o curto espaço de tempo entre o produtor e o varejista/consumidor, com a devida manutenção da qualidade;
-Explorar a preocupação com a procedência dos produtos adquiridos e possíveis características marcantes dos fornecedores, como certificações e aspectos tecnológicos.
 
Na comercialização, destacam-se as estratégias de:
 
- Explorar a procedência do produto, a forma de apresentação, o método de conservação adotado e a sua eficiência;
-No caso de produtos frescos, potencializar a apresentação de partes do pescado que facilitem a análise sensorial pelos consumidores;
-Prezar por aspectos higiênico-sanitários do local destinado à comercialização e dos manipuladores, bem como pela qualidade do gelo e pela manutenção da temperatura adequada para produtos resfriados ou congelados.
 
Já para os restaurantes, as estratégias indicadas são:
 
-Enaltecer o sabor, a aparência e os benefícios do consumo para a saúde humana; -Conceder descontos em bebidas que harmonizem com o pescado ou qualquer outro produto complementar;
-Realizar degustações e concursos entre os clientes, que podem resultar no nome de um prato no menu, por exemplo.
 
“A reflexão proporcionada pelos assuntos abordados nesta cartilha evidencia que a estratégia de marketing é tão importante quanto o plano operacional de um empreendimento comercial, ou seja, atender aos anseios dos clientes é algo imprescindível para se manter em um mercado cada vez mais competitivo, onde não há mais espaço para amadores”, informou os autores.
 
Conforme eles, atualmente os quatro problemas econômicos fundamentais (o que, quanto, como e para quem produzir) exigem respostas mais complexas. “Logo, a agregação de valor ao pescado por meio do marketing surge como uma das alternativas mais viáveis para diminuir o risco e incrementar a rentabilidade dos negócios”, concluíram.
 

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