Coluna da Qualidade | O que aconteceu com os moluscos em Santa Catarina?

Coluna da Qualidade | O que aconteceu com os moluscos em Santa Catarina?

Vendas e consumo de moluscos, como ostras e mexilhões, foi suspensa em pleno feriado por conta de excesso de algas que liberam toxinas

30 de maio de 2016

por Angela Busnello*

Santa Catarina, líder nacional em maricultura, responsável por 95% da produção nacional de todos os moluscos consumidos no Brasil, está proibida temporariamente de vender ostras, mexilhões, vieiras e berbigões em todo litoral catarinense, segundo informou a Secretaria do Estado da Agricultura e da Pesca na quinta-feira, 26 de maio. Camarões, siri e peixes estão liberados, já que o problema só atingiu moluscos.

A causadora da proibição foi a proliferação de algas nocivas do gênero Dinophysis. Estima-se que esta ocorrência seja a pior desde 2007, quando o Laboratório Oficial de Análise de Resíduos e Contaminantes em Recursos Pesqueiros (Laqua), ligado ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), começou a monitorar a região.



Os sintomas causados pelas toxinas em seres humanos são diarréia, náuseas, vômitos e dores abdominais. A proibição é positiva no sentido de garantir a segurança alimentar do consumidor.

A causa não é a poluição do mar, como muitos acreditam. A principal hipótese é que correntes marítimas do sul teriam trazido nutrientes que servem de alimento para as algas. A própria pesca da tainha, cuja safra tem batido recordes nas redes dos pescadores catarinenses, seria um indicador desse excesso de nutrientes.

Monitoramento

A cada dois dias, os agentes da Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina) coletam amostras da água. Constatado o problema, a frequência do monitoramento é intensificada. O MAPA possui um protocolo definindo o padrão de amostragem e manejo.

É necessário aguardar as mudanças climáticas e oceanográficas para verificar uma diminuição da proliferação das algas. A expectativa é de que elas desapareçam em alguns dias e que isto não gere prejuízo financeiro para os maricultores.

Esta ação é positiva e demonstra a preocupação dos órgãos competentes com a saúde pública.

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*Angela Busnello é engenheira de alimentos e auditora líder em ISO 22004 e FSSC 22000, regulamentada pelo GFSI Global Food Safety Initiative, ambos certificados pela International Register of Certificated Auditors (IRCA), da Inglaterra. Está a frente da consultoria Qualität- Gestão da Qualidade em Alimentos e Bebidas.

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