Coluna da Qualidade | Salmão geneticamente modificado é seguro para o consumo humano?

Coluna da Qualidade | Salmão geneticamente modificado é seguro para o consumo humano?

FDA diz que sim, mas organizações independentes querem processar o órgão norte-americano

03 de dezembro de 2015

por Angela Busnello*

A Seafood Brasil recentemente fez uma publicação sobre o salmão geneticamente modificado AquaAdvantage, produzido pela empresa AquaBounty Technologies e aprovado pelo FDA (Food and Drug Administration), dos Estados Unidos. Estou recebendo muitos questionamentos se este salmão é seguro ou não para consumo humano e, por isso, irei abordar especificamente este assunto.

É importante citar que, horas depois da declaração do FDA, o Centro de segurança alimentar ( Center for Food Safety - CFS) http://www.centerforfoodsafety.org/) dos EUA anunciou ter planos de processar o FDA, segundo o diretor do CFS, Andrew Kimbrell. "As consequências desta decisão terão um enorme impacto sobre o meio ambiente. O processo de revisão pela FDA foi inadequado, por não ter examinado totalmente os impactos prováveis ??da introdução do salmão, e faltava uma análise abrangente. Esta decisão abre um precedente perigoso, baixando os padrões de segurança neste país”.

A oposição também está sendo realizada por 40 membros do Congresso.

Ainda não existe uma data definida para a venda deste produto pelo FDA, então ainda teremos muito a comentar sobre este assunto.

A falta de regulamentação sobre rotulagem é um item crítico, pois esta é a forma de a indústria informar à população sobre o que ela está consumindo. Isto vai contra a todas exigências de rotulagens realizadas para demais tipos de alimentos, podendo gerar medo na população - que simplesmente pode deixar de consumir salmão por não saber se ele é ou não geneticamente modificado.
Segundo o FDA, não existem diferenças nutricionais neste salmão e por isto a decisão por não rotular, mesmo sendo opção das empresas realizar informações de rotulagem adicionais.

E os hormônios? Dos hormônios testados (IGF1, estradiol, testosterona, 11- Ketotestosterona, T3 e T4) tiveram valores muito baixos em testes realizados e não devem ser considerados uma preocupação para a saúde pública, segundo o FDA.

E os alergênicos? Peixes são considerados alergênicos pelo FDA e pela RDC 26, de julho de 2015. Esta é uma preocupação da população e dos setores de controle de qualidade pelo grande número de pessoas com alergias alimentares. Em comparação com o Salmão do Atlântico, o Salmão AquaAdvantage não representou nenhum risco alergênico adicional, ou seja, se a pessoa for alérgica ao salmão do atlântico (cativeiro) será ao salmão geneticamente modificado.

A legislação e os órgãos regulamentadores nos auxiliam a normatizar novos produtos. E o mais importante é sempre atender à segurança do consumidor. Lançar produtos polêmicos pode gerar pânico na população e afetar toda a cadeia produtiva, então esteja seguro em atender normas nacionais e internacionais (para exportadores) ao lançar um novo produto.

Comente este post, tire suas dúvidas e faça sugestões.

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*Angela Busnello é engenheira de alimentos e auditora líder em ISO 22004 e FSSC 22000, regulamentada pelo GFSI Global Food Safety Initiative, ambos certificados pela International Register of Certificated Auditors (IRCA), da Inglaterra. Está a frente da consultoria Qualität- Gestão da Qualidade em Alimentos e Bebidas.

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