Camanor vende 40% de ações à gigante tailandês e quer chegar a 15 mil toneladas

Camanor vende 40% de ações à gigante tailandês e quer chegar a 15 mil toneladas

Sistema AquaScience deverá ser implementado em fazendas tailandesas

20 de abril de 2018

A Camanor confirmou à Seafood Brasil que chegou a um acordo de venda de 40% de suas ações à divisão alimentícia do grupo tailandês Charoen Pokphand Group, que atua em oito áreas distintas: agronegócio, telecomunicações, varejo, e-commerce, ramo imobilário, área automotiva e industrial, farmacêutica e investimentos.

Avaliada em US$ 17,5 milhões, a venda representa apenas 0,1% dos ativos da empresa e foi discutida ao longo de três anos entre os sócios. O interesse inicial do megagrupo tailandês era no sistema patenteado AquaScience, desenvolvido pela Camanor desde 2013, que permite o cultivo superintensivo de camarões em alta densidade com circulação de água e sem o uso de antibióticos.

De acordo com o fundador e um dos três sócios remanescentes da Camanor, Werner Jost, a tecnologia AquaScience não será levada para a Ásia. "Ela ficará dentro da própria Camanor porque é muito importante para nós."



O sistema já está em sua quarta geração produtiva nos 20 hectares de viveiros que a companhia possui na Fazenda Canabrava, em Barra do Cunhaú, Canguaretama (RN). "Nesta fazenda temos potencial para 50 hectares de área produtiva. Vamos substituir agora a primeira geração pela quarta e começar a expandir os viveiros para chegar a 15 mil toneladas de camarão", estima Jost.

O aporte da CPF vai dar musculatura para esta expansão, além de trazer benefícios na nutrição e genética, como explica o executivo. "Estávamos buscando um sócio que tinha uma tecnologia em genética que não tínhamos. A genética é fundamental e vai decidir quem irá produzir nos próximos cinco a dez anos", avalia.

Ainda em construção, o laboratório de pós-larvas da Camanor já deverá receber matrizes dos laboratórios da empresa tailandesa. "Estamos avaliando os trâmites para importar a genética deles por meio dos reprodutores e incorporar isso dentro do processo produtivo. Deverá levar até dois anos para conseguirmos fazer isso", calcula.

[caption id="" align="alignleft" width="385"] Adirek Sripratak, diretor do Comitê Executivo da Charoen Pokphand Foods[/caption]

Para o diretor do Comitê Executivo da Charoen Pokphand Foods PCL (CPF), Adirek Sripratak, a aquisição vai aumentar a competitividade da companhia. "É um investimento sinérgico que vai fortalecer a competitividade da CPF no negócio do camarão em termos de produção de ração, melhoramento genético e capacidade de processamento."

O executivo indica ainda que pretende aplicar as experiências em tecnologia de cultivo de camarão da Camanor e a expertise da CPF em genética para aumentar a produção e o processamento do crustáceo ao mercado brasileiro. "Eles têm interesse em sair da Ásia e conseguir um sócio confiável na América Latina para expandir seus negócios", explica Jost.  

A visão do grupo tailandês é a de que existe um grande potencial para absorção doméstica desta produção, bem como disponibilidade de matéria-prima. "Brasil é uma grande fonte de insumos agrícolas exigidos para a produção de nutrição de camarões e também um mercado de alto potencial, com uma população e economia em crescimento. Isso [a aquisição] também dará diversificação geográfica nas operações produtivas de camarão da CPF", conclui.

Anunciado em 18 de abril, o acordo deverá ser concluído em um mês.

Adirek Sripratak, Camanor, camarão, carcinicultura, Charoen Popkhand Group, vannamei, venda da Camanor, Werner Jost

 
publicidade 980x90 bares
 

Notícias do Pescado

 

 

 
SeafoodBrasil 2019(c) todos os direitos reservados. Desenvolvido por BR3