Conservação da Amazônia poderia priorizar a biodiversidade aquática
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Conservação da Amazônia poderia priorizar a biodiversidade aquática

Pesquisa aponta que priorizar a biodiversidade aquática pode ser mais eficiente do que centrar esforços nas espécies terrestres

29 de dezembro de 2020

Um estudo publicado na revista Science sugere que a conservação na Amazônia priorizando a biodiversidade aquática pode ser até seis vezes mais eficiente do que centrar esforços na proteção das espécies terrestres, como é mais comum.
 
O trabalho é apoiado pela Fundação de amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo  (FAPESP), liderado por pesquisadores da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) e da Lancaster University, no Reino Unido.
 
Conforme o Uol, os pesquisadores observaram que, no cenário em que o planejamento é focado na conservação de espécies terrestres, alcança-se para as espécies aquáticas apenas 22% da proteção que as terrestres recebem. Quando o planejamento das áreas é focado na fauna que vive nos rios, lagos e riachos, porém, os benefícios chegam a 84% em média para as terrestres a um mesmo custo financeiro.
 
"O conhecimento sobre as espécies terrestres é maior e por isso a escolha de áreas prioritárias para conservação acaba se guiando por elas. Supõe-se que a biodiversidade aquática vai se beneficiar da mesma forma. Nosso objetivo era saber se isso poderia ser comprovado, uma vez que são ambientes bem diferentes. Constatamos que não. Se guiar apenas pela biodiversidade terrestre não garante que a aquática seja protegida", explica Cecília Gontijo Leal, primeira autora do estudo, realizado durante estágio de pós-doutorado na Esalq-USP com bolsa da FAPESP.
 
A conclusão é baseada em simulações feitas com dados georreferenciados coletados em campo, como diversidade de espécies e informações climáticas e de relevo, por exemplo, que permitiram estimar as áreas mais importantes para a conservação de cada grupo de espécies.
 
Já para realizar essas simulações, foram analisados dados de 1.500 espécies terrestres (plantas, aves e besouros) e aquáticas (peixes, libélulas e insetos aquáticos), coletadas em 377 localidades e 99 igarapés de Paragominas e Santarém, no Estado do Pará, municípios com mais de 40% de suas florestas convertidas para atividades agropecuárias.
 
A análise partiu do pressuposto de que os ambientes aquáticos não são isolados, mas conectados entre si, uma vez que a água permeia todo o ecossistema terrestre e transporta nutrientes, espécies e atua em grande parte dos processos ecológicos.
 
O artigo "Integrated terrestrial-freshwater planning doubles conservation of tropical aquatic species" publicado na revista Science pode ser lido aqui. 
 
Creditos da imagem: Wikipédia
 

Amazônia, biodiversidade aquática, Esalq-USP, FAPESP, Lancaster University

 
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