Consórcio investirá na região de Xingu; promessa é atender demanda de pesca local
01 de abril de 2014
Crédito da imagem: Andre Deak
O ministro de Pesca e Aquicultura, Eduardo Lopes, anunciou o fechamento de um acordo de cooperação entre Ministério (MPA) e a empresa Norte Energia S.A para o atendimento de mais de 6 mil famílias de pescadores atingidos pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. O investimento será de R$ 22 milhões em projetos estruturantes e programas de capacitação.
Eduardo Lopes assegurou aos pescadores que a pasta não medirá esforços para cumprir o plano de trabalho do acordo. Ele também assinou a portaria para criar o comitê gestor do projeto, que será responsável por fiscalizar o cronograma das ações e garantir os recursos. “A assinatura desse acordo de cooperação entre o MPA e a Norte Energia SA (NESA) tem um grande significado: a conquista e garantia dos direitos humanos dos pescadores, aquicultores e comunidades tradicionais, na área de influência da barragem da hidrelétrica de Belo Monte. Além de beneficiar diretamente cerca de 6 mil famílias de pescadores e consolidar a união de esforços entre Governo e setor hidroelétrico, com inclusão social e respeito às culturas tradicionais”, destacou Lopes em comunicado.
O ministro também lembrou da importância econômica da energia para o Brasil e a necessidade de preservação do meio ambiente e do modo de vida das famílias da região.
A região da Usina de Belo Monte está no centro das discussões, seja pelo modo como pode afetar o meio ambiente ou pelo modo como pode afetar a população. Os pescadores da região já protestaram diversas vezes e chegaram a ocupar no canteiro de obras, por isso medidas como essas do consórcio estão sendo tomadas.
O outro lado: terceira geração de pescadores
De acordo com o site Brasil Atual, um dos personagens que será impactado pela construção é o pescador Raimundo Campos da Silva, 53 anos, casado, pai de 7 filhos. Representante da terceira geração de pescadores da região de Altamira, no estado do Pará, é um dos que sofrem na pele os impactos. Desde o início das obras da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, até hoje, não recebeu nada, nem foi indenizado. A expectativa é receber uma quantia pela sua casa, que fica no bairro Invasão dos Padres na cidade paraense, uma vila de palafitas que ficará permanentemente alagada após a barragem definitiva do rio. Com a indenização ele pretende ir embora para o estado do Amazonas, comprar um novo barco, construir uma nova casa e recomeçar a vida, seguindo com a pesca.
Por enquanto, segundo a reportagem, Silva e outros pescadores sobreviverão por quatro meses com um salário mínimo, conquista adquirida há alguns anos por lutas dos pescadores locais.
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