Consumo de pescado cresce em 10 anos, mas perde em participação

Consumo de pescado cresce em 10 anos, mas perde em participação

O crescente volume de pescado disponível no Brasil, seja importado ou produzido nacionalmente, não se equipara aos patamares de ascensão da carne de frango

24 de junho de 2015

O crescente volume de pescado disponível no Brasil, seja importado ou produzido nacionalmente, não se equipara aos patamares de ascensão da carne de frango. De acordo com levantamento realizado pelo consultor Silvio Romero Coelho, o consumo per capita de pescado cresceu para 11 kg, mas outras proteínas animais também cresceram na preferência do consumidor. "Gostamos de dizer que o consumo de pescado está quase chegando no que a FAO pede. Realmente o consumo per capita do Brasil cresceu, mas não foi só o consumo de peixe que cresceu."

Romero, que apresentou os dados no Workshop de Cooperação entre Empresas e Universidades (CEU), disse que o consumo total de proteínas animais em 1994 era de 64,4 kg per capita. Em 2011, passou para 112,9 kg. "O pescado perdeu 10% em participação, enquanto o frango cresceu 140%", contou.

Ele usou a cadeia do frango para ilustrar o que considera um estágio ainda muito incipiente da cadeia produtiva do pescado. "Não temos uma agroindústria do pescado, essa é uma protocadeia. O consumidor está levando produto fresco e primariamente trabalhado pelas indústrias", indicou o consultor.

Como caminho, recomendou a inovação em subprodutos de pescado. "Para sair deste marasmo de peixe fresco e congelado, precisamos botar na cabeça que precisamos seguir a tendência mundial e produzir produtos inovadores", relatou. Romero deu como exemplo produtos com atmosfera modificada, por exemplo, que aumentam o shelf-life e a rentabilidade das indústrias.

Segundo o consultor, o entrave principal ao consumo de pescado é realmente o preço, mas por conta de uma avaliação equivocada do setor. "Toda a agroindústria do peixe brasileira foi estruturada para vender filé. Para 100 kg de tilápia que eu produzir, estou vendendo 32 kg de filé", calculou. "Precisamos parar de brincar de criar peixe, mas produzir peixe. Para isso, precisaremos de escala de produção. O grande negócio nosso é exportação. Precisamos começar a produzir em larga escala", avaliou.

CEU, consumo de pescado, Esalq/USP, Pecege

 
publicidade 980x90 bares
 

Notícias do Pescado

 

 

 
SeafoodBrasil 2019(c) todos os direitos reservados. Desenvolvido por BR3