Consumo mundial de 20kg per capita e AL com aquicultura 40% maior até 2025: conclusões do SOFIA 2016

Consumo mundial de 20kg per capita e AL com aquicultura 40% maior até 2025: conclusões do SOFIA 2016

"Vigoroso crescimento" da aquicultura, que fornece metade de todo o pescado destinado a consumo humano, conduziu incremento de consumo mundial

14 de julho de 2016

A mais recente edição da bíblia do pescado no mundo, o State of the World Fisheries and Aquaculture (Sofia), publicação bienal da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO/ONU), acaba de sair. E as conclusões comprovam a sensação de que estamos em franca ascensão do consumo, enquanto a produção cresce apenas na vertente da aquicultura.

O Sofia 2016 (veja aqui o estudo completo e aqui a versão resumida) concluiu que o consumo mundial per capita de pescado chegou a um novo recorde de 20 kg em 2014, contra 19,2 kg em 2012. Na década de 1960, segundo a FAO/ONU, era de 9,9 kg per capita.

Segundo os organizadores da pesquisa, isso se deve ao "vigoroso crescimento" da aquicultura, que agora fornece metade de todo o pescado destinado a consumo humano, e a uma "suave melhora" no estado de certos estoques pesqueiros por conta de gestão de pescarias.

Só na América Latina, a aquicultura deverá crescer 40% até 2025, para 3,7 milhões de toneladas. Só o Brasil deve crescer 104%, nas estimativas da FAO, maior aumento da região, seguido de México (54,2%) e Argentina (53,9%) durante a próxima década.

Veja abaixo o resumo do documento por temas:

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[toggle_item title="Produção pesqueira e frota" active="true"] A produção total das capturas em 2014 foi de 93,4 milhões de toneladas, das quais 81,5 milhões de toneladas de águas marinhas e 11,9 milhões de águas continentais. A China permaneceu como o maior produtor, seguido pela Indonésia, os Estados Unidos e a Rússia. Pela primeira vez desde 1998, a anchoveta não foi a espécie mais capturada, perdendo o lugar para a polaca do Alasca.

Quatro grupos muito valorizados (atuns, lagostas, camarões e cefalópodes) registraram novos recordes de capturas em 2014. Os atuns chegaram a quase 7,7 milhões de toneladas, com o Pacífico Noroeste como a área mais produtiva para as pescarias, seguida pelo Pacífico Centro-Oeste, o Atlântico Nordeste e o Oceano Índico Leste.

A situação no Mediterrâneo e no mar Negro é alarmante, já que as capturas caíram um 1/3 desde 2007, o que é atribuído principalmente à redução de desembarques de pequenos pelágicos, como a anchova e sardinha.

A frota pesqueira mundial em 2014 foi estimada pela FAO em 4,6 milhões, muito próximo do dado de 2012. A frota na Ásia foi a maior, consistindo em 3,5 milhões de barcos responsáveis por 75% da frota mundial. seguida pela África (15%), América Latina e o Caribe (6%), América do Norte (2%) e Europa (2%).[/toggle_item][/toggle_box]

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[toggle_item title="Aquicultura" active="true"]A aquicultura foi responsável por um crescimento impressionante na oferta de pescado para consumo humano. Enquanto a aquicultura forneceu apenas 7% do pescado para consumo humano em 1974, esta participação cresceu para 26% em 1994 e 39% em 2004.

Em 2014, o volume produzido chegou a 73,8 milhões de toneladas, com vendas estimadas de US$ 160,2 bilhões. Só a China respondeu por 45,5 milhões de toneladas em 2014, mais de 60% da produção aquícola global. O cultivo de plantas aquáticas, principalmente de algas, tem crescido rapidamente e agora é praticada em cerca de 50 países.[/toggle_item][/toggle_box]

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[toggle_item title="Demografia do setor" active="true"]A FAO estima que 56,6 milhões de pessoas se engajaram no setor primário da captura e aquicultura em 2014, das quais 36% se comprometeram full time, 23% parte do tempo e o restante foram pescadores ocasionais ou desempenharam outras funções.  A proporção dos trabalhadores envolvidos na aquicultura cresceu de 17% em 1990 para 33% em 2014.

Em geral, o emprego no setor caiu, principalmente devido a uma queda de cerca de 1,5 milhões de pescadores, enquanto o envolvimento na aquicultura permaneceu mais estável. Em 2014, 84% da população global envolvida na pesca e aquicultura estava na Ásia, seguida pela África (10%), América Latina e o Caribe (4%).

Das 18 milhões de pessoas envolvidas no cultivo de peixe, 94% estava na Ásia. As mulheres responderam por 19% de todas as pessoas diretamente envolvidas no setor primário em 2014, mas no processamento ou comercialização as mulheres são quase a metade da força de trabalho. [/toggle_item][/toggle_box]

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[toggle_item title="Processamento e utilização" active="true"]A participação da produção mundial de pescado usado para consumo humano direto aumentou significativamente nas últimas décadas, mais de 67% na década de 1960 para 87% , ou mais de 146 milhões de toneladas, em 2014. O restante de 21 milhões de toneladas foi destinado a produtos não alimentícios, dos quais 76% foi transformado em ração e óleo de peixe em 2014, com o resto sendo usado para outras funções.

Em 2014, 46% (67 milhões de toneladas) de pescado para consumo humano direto foi na forma de vivo, fresco ou resfriado. O restante da produção foi processada de diferentes maneiras: 12% (17 milhões de toneladas) seco, salgado, defumado ou outra forma de cura, 13% (19 milhões de toneladas) em formas preparadas e conservadas e 30% (cerca de 44 milhões de toneladas) congelado.

O congelamento é o principal método de processamento de peixe para consumo humano, e respondeu por 55% do total de peixe processado e por 26% de toda a produção de pescado em 2014.[/toggle_item][/toggle_box]

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[toggle_item title="Comércio de pescado" active="true"]O comércio internacional é um criador de empregos, gerador de renda e contribui com o crescimento econômico e desenvolvimento, assim como para alimentação e segurança nutricional. A China, como maior produtor, é também o maior exportador de pescado e subprodutos.

É também um grande importador, por conta da terceirização do processamento de outras origens, assim como pelo crescimento do consumo doméstico ou de espécies não produzidas localmente. A Noruega, o segundo maior exportador, apurou uma receita recorde em 2015.

Em 2014, o Vietnã se tornou o terceiro maior exportador, superando a Tailândia, que experimentou uma queda substancial nas vendas externas desde 201 - principalmente por conta da produção reduzida de camarão por enfermidades.

Em 2014 e 2015, a União Europeia foi, de longe, o maior mercado para importação de pescado, seguido pelos Estados Unidos e o Japão. As economias em desenvolvimento, cujas exportações representaram apenas 37% do comércio mundial em 1976, vira a participação crescer para 54% do total da receita mundial (US$ 80 bilhões) com exportações e 60% do volume em 2014. Nestes países, a receita líquida com exportações (exportações menos importações) atingiram US$ 42 bilhões, mais do que qualquer outra commodity agrícola (como outras carnes, tabaco, açúcar e arroz) combinada.[/toggle_item][/toggle_box]

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[toggle_item title="Consumo" active="true"]Nas últimas duas déccadas, o crescimento vertiginoso da produção aquícola incrementou o consumo médio de pescado e subprodutos em nível global. A mudança na direção de consumo de espécies cultivadas comparadas a peixe selvagem chegou a um marco em 2014, quando a contribuição do setor aquícola para o fornecimento de pescado para consumo humano ultrapassou pela primeira vez a participação de espécies capturadas.

O consumo mundial per capita aparente cresceu de uma média de 9,9 kg nos anos 1960 para 14,4 kg nos anos 1990 e 19,7 kg em 2013, com estimativas para 2014 e 2015 de crescimento além de 20 kg.

Apesar de o consumo per capita de pescado ter crescido acentuadamente em regiões em desenvolvimento (de 5,2 kg em 1961 para 18,8 kg em 2013) e países de baixa renda com déficits alimentares (de 3,5 kg para 7,6 kg), ainda é consideravelmente mais baixo que em regiões mais desenvolvidas, mas a distância está diminuindo.

Em 2013, o consumo em países industrializados foi de 26,8 kg. Este crescimento significativo no consumo de pescado melhorou as dietas no mundo todo por meio de uma alimentação mais diversificada e nutritiva. Em 2013, foi responspavel por 17% do ingresso de proteína animal na alimentação mundial e 6,7% da proteína consumida.

Além disso, o pescado alimentou mais de 3,1 bilhões de pessoas com quase 20% da média per capita de consumo de proteína animal. Além de ser facilmente digerido, as proteínas de alta qualidade contém todos os aminoácidos essenciais, gorduras essenciais (ômega-3), vitaminas (D, A e B) e minerais (como cálcio, iodo, zinco, metais e selênio), principalmente se consumidos inteiros.

O pescado é normalmente alto em gorduras não saturadas e provê benefícios à saúde na proteção contra doenças cardiovasculares. Também atende ao desenvolvimento do cérebro e sistema nervoso do feto e da criança. Também pode fazer a diferença em corrigir dietas desbalanceadas e no controle da obesidade.[/toggle_item][/toggle_box]

 

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