Críticas ao governo federal permeiam Fenacam, que termina com 30% mais visitantes

Críticas ao governo federal permeiam Fenacam, que termina com 30% mais visitantes

Fenavam termina com 30% mais visitantes, críticas ao governo federal e inovações tecnológicas

13 de junho de 2013

por Leandro Igor Vieira, correspondente do Seafood Brasil em Natal (RN)

A insatisfação da cadeia da carcinicultura com o governo federal e o equilíbrio entre qualidade e aumento da produtividade foram as principais marcas da 10ª Fenacam,  que se encerra hoje em Natal (RN) com saldo de mais de seis mil participantes, entre estudantes e produtores. A feira reuniu o X Simpósio Internacional de Carcinicultura, o VII Simpósio Internacional de Aquicultura, a X Feira Internacional de Serviços e Produtos da Aquicultura e o X Festival Gastronômico de Frutos do Mar. Especialistas da Malásia, do Equador, da Inglaterra, dos Estados Unidos e do Vietnã deram suas contribuições, totalizando 17 palestras internacionais que se somaram a outras 22 nacionais.

Itamar Rocha, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC) e um dos organizadores da Fenacam, explicou que o evento é importante porque os produtores do crustáceo são, na maioria, micro e pequenos. “Eles não têm o costume de ler revistas internacionais e não têm acesso a artigos científicos, por exemplo. Então a feira aproxima o conhecimento destes produtores”, destacou, lembrando que neste ano foi observado um aumento no público em cerca de 30%. A feira contou no total com 50 expositores, 120 stands montados, e 147 trabalhos científicos apresentados.

Uma das novidades apresentadas se destacou pela quebra de paradigmas que representa. O produtor cearense Ronaldo Amaral sinaliza que é comum trabalhar hoje no país com uma densidade de 40 camarões por metro quadrado nos cultivos. Mas segundo uma tecnologia pioneira, sobre a qual o produtor teve conhecimento durante o evento, permite o cultivo de 300 camarões no mesmo espaço, quase dez vezes mais.

Aumentar a densidade é frequentemente apontada como uma das causas da rápida disseminação de doenças em cultivos aquícolas, por isso o setor vê tal tecnologia com cautela. Maior temor ainda surge em relação à provável abertura do mercado brasileiro aos camarões argentinos. O próprio Amaral é um dos que engrossam o coro do setor contra o governo federal. “Outro ponto importante de um evento como este é mostrar a falta de apoio do governo à atividade. 99% da produção flui a custo próprio e o Ministério da Agricultura ainda está querendo autorizar a importação do camarão argentino, que seria apenas a porta de entrada para o camarão produzido em todo o mundo”, acrescentou.

Apesar do clima quente em torno da questão, um dos pontos altos do evento, no entanto, foi justamente quando o camarão saiu do campo de discussões e foi para a mesa. Durante os quatro dias da Fenacam, o festival gastronômico realizado em dois horários, no almoço e no jantar, foi um sucesso. Só nos três primeiros dias, a organização do evento contabilizou a venda de mais de mil refeições. As unidades eram comercializadas em pratos executivos que uniam o camarão, a tilápia e paçoca.

camarão, carcinicultura, comércio, Fenacam

 
publicidade 980x90 bares
 

Notícias do Pescado

 

 

 
SeafoodBrasil 2019(c) todos os direitos reservados. Desenvolvido por BR3