Dez anos de Embrapa Pesca e Aquicultura
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Dez anos de Embrapa Pesca e Aquicultura

Centro de pesquisa é considerado um marco na visão de membros do governo do estado e do setor produtivo

21 de agosto de 2019

A Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas, TO) completou seus 10 anos de criação em 12 de agosto. Com ações nas áreas de pesca, aquicultura, sistemas agrícolas e importantes culturas que movimentam o agronegócio, o centro de pesquisa é considerado um marco na visão de membros, do governo do estado e do setor produtivo.
 
Segundo os dirigentes do centro de pesquisa, a Sede aparece como uma das maiores conquistas, assim como a consolidação da aquicultura entre os temas de pesquisa da Embrapa. “Essa instituição tem reconhecimento internacional e é protagonista no Tocantins, gerando uma plataforma muito significativa no desenvolvimento regional, principalmente na aquicultura e na piscicultura, que é o foco, o nome que leva essa unidade”,  declarou Thiago Dourado, presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins).
 
A empresa também lidera o maior projeto de pesquisa em aquicultura já realizado no País, o BRS Aqua. Iniciado em 2018 e orçado em R$ 57 milhões, visa estabelecer a infraestrutura e a pesquisa científica necessárias para atender a demandas do mercado de aquicultura.
 
“Nós acreditamos que essa unidade da Embrapa é fundamental nesse momento que passa a piscicultura no Brasil, um momento de crescimento, de desenvolvimento, e principalmente de ganho de competitividade”, atestou Francisco Medeiros, presidente da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR).
 
 
Lutas e vitórias
 
Em 10 anos, a jornada da Embrapa Pesca e Aquicultura foi marcada por grandes desafios, como a falência da construtora responsável por executar a obra de construção da Sede, diversos cortes orçamentários do governo federal, recessão no País e o fim do Ministério da Aquicultura e Pesca. 
 
Eric Arthur Bastos Routledge, chefe de P&D da Embrapa Pesca e Aquicultura relembra o caminha percorrido. “Internamente, construir um centro no Norte do País, com diferença de clima, dificuldade de acesso, diferenças culturais, trazendo concursados de todas as regiões do país também não foi fácil”.
 
De acordo com ele, o saldo é positivo, apesar reconhecer a impossibilidade de atender a todas as demandas do setor produtivo. “Temos um grande gargalo que é a falta de mão de obra. Temos um centro que deveria abrigar no mínimo 200 colaboradores e hoje só temos 86. As demandas são muitas, pois em aquicultura temos mandato nacional e em sistemas agrícolas nossa atuação é regional. Nossa equipe já está operando no máximo e não tem mais para onde se expandir. Estamos tendo que adiar novos projetos para que possamos concluir os que estão em execução”.
 
Alexandre Freitas, chefe geral da Embrapa Pesca e Aquicultura, concorda. “A falta de pessoal é nosso maior entrave pra continuarmos atendendo às demandas, que são cada vez maiores”, diz. Para ele, o lado positivo foi a equipe ter desenvolvido uma grande capacidade de estabelecer parcerias com outras unidades da Embrapa, universidades, instituições públicas e privadas e com o setor produtivo. Tudo para superar as limitações de pessoal e de instalações, que demoraram anos para ser finalizadas. 
 
A chegada
 
Miyuki Hyashida, proprietária da Fazenda São Paulo, que produz alevinos de peixes nativos é uma das parceiras da Embrapa Pesca e Aquicultura. Para ela, a Embrapa é um divisor de águas para o setor. "Há quase trinta anos estamos na atividade. Durante muito tempo enfrentamos resultados ruins e problemas de todo tipo, desde sanidade, valores, venda, mercado até produto com má qualidade, etc. A chegada da Embrapa trouxe a redenção da atividade, dando um toque de mágica, onde tínhamos que melhorar, aprender, crescer, tecnificar, houve trabalhos grandiosos de pesquisa, capacitação e informações. Hoje  a cadeia do peixe tem credibilidade suficiente para ter políticas públicas sérias, que vão ajudar a nos tornar grandes produtores!".
 
Já para Jenner Bezerra de Menezes, diretor de projetos da empresa Biofish Aquicultura, de Rondônia, o centro de pesquisa foi fundamental para incrementar a aquicultura no Brasil. “Essa Unidade era o que faltava na aquicultura brasileira para ganhar musculatura, através de processos tecnológicos apropriados para as espécies brasileiras”.
 
Ganhos econômicos para produtores
 
Criada em 2009, a Unidade aumentou a presença da Embrapa no Tocantins. Mesmo com uma Unidade de Execução de Pesquisa (UEP) da Embrapa Cerrados (Planaltina-DF) atuando desde 1999, a equipe era muito reduzida, contando com apenas cinco empregados.
 
Desde então, a Embrapa Pesca e Aquicultura trouxe importantes contribuições ao setor produtivo, entre as quais destacam-se um pacote de soluções tecnológicas para produção de pirarucu; o drawback, e o  Plano ABC, que envolve o desenvolvimento de sistemas de produção integrados, intensivos e sustentáveis, entre outros. 
 
No Estado, as ações proporcionaram aumento de mais de 500 mil hectares de áreas que adotaram tecnologias sustentáveis, ligadas às diferentes possibilidades de integração entre lavoura, pecuária e floresta. Outro projeto, o ABC Corte, gerou ganhos econômicos de mais de 33 milhões de reais em 2017, com tecnologias adotadas por produtores rurais, sobretudo sojicultores.
 
A Embrapa Pesca e Aquicultura também forneceu subsídios para inserção do pescado nas políticas públicas de apoio à comercialização de produtos da pesca artesanal e piscicultura familiar.
 
Pesquisas e infraestrutura
 
Atualmente a Embrapa Pesca e Aquicultura conta com 86 funcionários, dentre os quais 33 pesquisadores também há sete colaboradores de outros centros de pesquisa da empresa lotados em Palmas. Na Sede, são 30 laboratórios e um campo experimental voltado à aquicultura, composto por tanques escavados, estruturas de suporte e um banco de germoplasma que vai preservar e permitir pesquisas com peixes nativos. 
 
Em uma década, a Embrapa Pesca e Aquicultura realizou trabalhos de transferência de tecnologias. Foram mais de 500 eventos, entre cursos, palestras, oficinas, encontros, dias de campo e outras modalidades. O público beneficiado supera 50.000 pessoas e a carga horária de conhecimento compartilhado alcançou 3.343 horas.
 
Outro destaque é na área de publicações, disponibilizadas gratuitamente no portal eletrônico da empresa.  Desde sua criação, já foram disponibilizadas 787 publicações, com mais de 163.000 downloads, destaque para os mais de 57.000 downloads realizados só em 2018. Desses, 40,27% foram originados dos Estados Unidos e 40,57% do Brasil.
 
Para os próximos anos, as metas são ambiciosas. “Tenho certeza de que, se conseguirmos aumentar nossa equipe, seremos um dos principais players do setor de aquicultura do País”, aposta Alexandre Freitas.
 
Produtores como Menezes, também estão confiantes do que ainda está por vir. “Temos alguns termos de cooperação técnica com a Embrapa Pesca e Aquicultura, que prevê modificar positivamente a cadeia produtiva do tambaqui e do peixe nativo brasileiro. É um trabalho de melhoramento genético, melhoria de proles com monitoramento de cruzamento e outras tecnologias, ainda na fase de pesquisa, que temos a intenção de desenvolver e obter sucesso nessas ações”, falou.
 
 
Créditos da imagem: Jefferson Christofoletti/divulgação Embrapa Pesca e Aquicultura

 
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