Empresa brasileira entre selecionadas para Fish 2.0 Global Innovators
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Empresa brasileira entre selecionadas para Fish 2.0 Global Innovators

Consultoria Paiche fica entre os 40 projetos selecionados com Peix-E, que pretende conferir rastreabilidade ao pescado artesanal

13 de dezembro de 2019

Realizado nos dias 5 e 6 de novembro em Stanford, nos EUA, o Fish 2.0 Global Innovators reuniu empresas que apresentaram inovações da indústria do pescado para investidores. Neste ano, o evento que teve a presença de 40 empreendedores que disputaram a final, contou com uma empresa brasileira entre os selecionados.
 
A consultoria Paiche, de São Paulo (SP), foi uma das empresas selecionadas com o projeto Peix-E, que pretende conferir rastreabilidade ao pescado artesanal. Cintia Miyaji, diretora-executiva da Paiche, explicou que o processo de seleção durou quase 1 ano, e foi realizado em três etapas. “Na segunda entregamos um plano de negócios e na sequência houve um workshop na Carolina do Norte em abril, onde foram selecionados as 40 [empresas] para este fórum em Stanford”.
 
Peix-E
 
Segundo a diretora, o Peix-E quer valorizar o pescado artesanal. “Criar uma forma de colocar o pescado artesanal com uma qualidade maior. Estávamos propondo contêineres pequenos instalados próximos aos polos para processamento local. Entrar no circuito legal com rastreabilidade. Tem várias formas hoje desenvolvidas no digital” informou.
 
Ela explicou que, atualmente, já há aplicativos que fazem a gestão dos dados imputados no sistema, como o ProPesq Web. “É uma ferramenta já digital. Como o processo é censitário em São Paulo, ele foi construído com a comunidade e confiança, mas em Santa Catarina e Rio de Janeiro já é feito de forma digital”.
 
Para Miyaji, a grande diferença é usar a plataforma de blockchain e a inviolabilidade dos dados. “Lá no evento, uma das empresas que deve ter conseguido investidores é uma que faz rastreabilidade em parceria com a MasterCard”. Eles são vinculados a uma iniciativa do FishCoin, um projeto grande de várias empresas americanas para a pesca artesanal. “Seria uma forma de recompensar a entrada de dados no sistema. Cada vez que um pescador entrasse com os dados no sistema, ele ganha um bônus na forma de moeda virtual”, contou.
 
Ela conta ainda que metade dos projetos selecionados era de aquicultura e com uma boa parte relacionada às alternativas a produção de alimento para aquicultura visando diminuir a dependência da pesca. “As bactérias (biotecnologia para este campo)  foram os que despertam mais a atenção, assim como a proteína a partir de cevada (em substituição à soja) e insetos”. 
 
Concorrentes
 
Outros projetos se destacaram no Fish 2.0, como é o caso da proposta de bombeamento de água de profundidade para mitigar condições de mudanças climáticas. Houve também a proposta de consumo de ouriços. Com a coleta ouriços em excesso e com alimentação específica ele consegue o ouriço adulto em pequeno espaço de tempo para comercialização.
 
Já uma empresa americana com a fábrica instalada no México está processando a carne do acará bodó para fazer jerked beef, com o nome de Diablito o peixe. Outro projeto é de tilápia belly, onde compram em blocos de 5kg congelados. As propostas de substituição do isopor também chamaram a atenção, como um cooler maleável adaptado às canoas, usado fibra de coco que parece ser muito interessante para pesca artesanal.
 
Simone Jones, diretora de negócios informou que meio milhão de dólares já foram gastos por grandes multinacionais de varejo por falta de rastreabilidade do pescado. Segundo ela, então a Paiche foi procurada para criar soluções para pescadores artesanais. “Desenvolvemos uma plataforma em blockchain, mantendo a identidade e imutabilidade de registros".
 
Com a proposta de rastrear e registrar, o Peix-E quer os aumentar os lucros em 30% de 1 milhão de pescadores. “O governo terá os dados em tempo real, assim como o varejo. "Nós cobraremos uma porcentagem dos compradores de suas vendas”, explicou Jones. 
 
Conforme ela, uma plataforma blockchain não seria suficiente, e tiveram de cuidar da logística também. Foi desenvolvido um projeto com um professor no Brasil que elaborou plantas de processamento em contêineres, o que permitirá ao grupo cuidar desta parte para conseguir a inspeção e qualidade requerida pelas multinacionais.
 
O Fish 2.0
 
Segundo o Global Aquaculture Alliance, a fundadora do Fish 2.0, Monica Jain exultou no momento que seu evento foi criado desde o lançamento em 2013, quando conforme ela, não havia "nada lá fora" para os investidores mergulharem. Nos últimos seis anos já foram quatro competições onde o concurso de vendas se tornou o "impulso da mudança" que os frutos do mar precisavam há muito tempo, para Jain.
 
"O futuro dos frutos do mar está aqui", disse Jain. “Acreditávamos que o progresso aceleraria se pudéssemos ajudar investidores e empreendedores a construir o conhecimento e as conexões de que precisavam para obter ideias promissoras do terreno e transferir capital para o setor. Inovação é mais do que rotular; são produtos e serviços que estão mudando fundamentalmente o setor. Muitos deles não tocam frutos do mar. ”

 Os vencedores

De acordo com o portal da AFN, seis empreendimentos foram escolhidos como os vencedores da 4ª edição do Fish 2.0:

A Fortuna, empresa com sede nas Filipinas, apresentou o Fortuna Cooler como a primeira caixa de transporte de peixes feita de materiais naturais de origem local. O resfriador durável  promete substituir os recipientes de poliestireno.

Já a Montana Microbial Products, dos EUA, produz concentrados de proteína de cevada de alta qualidade para a alimentação de peixes, uma nova alternativa sem peixes rações tradicionais.
 
Uma Incubadora australiana de lagostins, promete instalação de última geração para fornecer filhotes livres de antibióticos e livres de patógenos a agricultores de lagostins semelhantes a lagostas na Austrália e internacionalmente.
 
Na Aquicultura, a Aquaai esteve com a plataforma Fish as a Service, baseada em um peixe robótico equipado com câmeras e sensores que monitoram as condições em pisciculturas offshore.
 
Em tecnologia oceânica nos frutos do mar, a Yorso apresentou um mercado B2B por atacado on-line que opera internacionalmente e se integra aos sistemas de CRM de compradores e vendedores.
 
E com alteração na cadeia de suprimentos, a Wholechain é uma solução de rastreabilidade baseada em blockchain e fácil de usar que fornece transparência em toda a cadeia.

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