Eventos aliam pesquisa a negócios e expandem público interessado

O já tradicional churrasco de peixe do IX Curso e Workshop de Sanidade em Piscicultura, realizado entre 13 e 15 de julho em Jaboticabal (SP), teve este ano um público mais distinto que o das outras edições. Além dos pesquisadores e estudantes da aquicultura, participaram também empresários da cadeia produtiva, que mais cedo haviam montado seus estandes na I Feira Nacional de Piscicultura, evento paralelo ao curso e workshop.

O modelo é muito similar ao de outros eventos do gênero, como a Aquishow, em Santa Fé do Sul (que em 2016 chega à VII edição), o VII Simcope (entre 9 e 11 de outubro, simultaneamente à feira Asian & Japan Food Show) e o Aquaciência 2016, que começa semana que vem (1º a 5 de agosto) em Belo Horizonte (MG).

O público de técnicos, fornecedores e empresários da aquicultura cada vez mais divide espaços comuns em eventos da cadeia produtiva. "Na minha visão existe uma maior disposição na aproximação do meio científico, produtores e governo", diz Eric Routledge, Chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pesca e Aquicultura.

Ele estará na Aquaciência, onde será um dos palestrantes. Na ocasião, além da programação científica (veja aqui a programação completa) e de um pequeno espaço para exposição de empresas e produtos, haverá três reuniões importantes para o segmento: diretoria da Associação Brasileira de Piscicultura (PeixeBR), Comissão de Aquicultura da Confederação Nacional de Agricultura (CNA) e da Câmara Setorial de Aquicultura do Mapa.

I Fenapis e IX Curso e Workshop de Sanidade em Piscicultura

Realizado no campus da Unesp de Jaboticabal por uma força-tarefa capitaneada por Daniela Nomura e Fabiana Pilarski, o evento reuniu este ano mais de 360 inscritos e muitos outros participantes que não se credenciaram. O número superou as expectativas da organização, que já agendou a 10ª edição do curso e 2ª Fenapis: 12 a 14 de julho de 2017, no mesmo local.

Na abertura, Daniela ressaltou a importância do tema da sanidade em piscicultura. "Quando se pensa em saúde de peixes, estamos diretamente ligados à saúde humana. Todas as áreas da piscicultura se relacionam com a saúde dos peixes, por isso o evento é focado na sanidade."

Para Fábio Sussel, chefe da Unidade de Pesquisas de Pirassununga e apresentador do programa AquaNegócios da FISH TV, o setor precisa pensar no pescado como provedor de proteína animal. "Não dá mais para brincar de criar peixe. Explorar um recurso hídrico com altas cargas de arraçoamento não dá mais. Devemos pensar em explorá-lo não por dois anos, mas por 10 anos", ressaltou.

O pesquisador defendeu ainda o cultivo de lambari, que passou de 40 milhões por ano para 180 milhões por ano em pouco mais de 10 anos em São Paulo. Anunciou ainda o lançamento de o desenvolvimento de uma máquina, em parceria com a Branco Máquinas, para processar lambari. "Esta máquina já está funcionando, depois de 10 meses de projeto e testes. Processa 30 kg/hora com 2 operadores. Vai causar uma revolução no mercado de lambari."

Francisco Medeiros, secretário-executivo da PeixeBR, assinalou a necessidade de um trabalho em conjunto da cadeia produtiva. "No Mato Grosso achávamos que éramos autossuficientes, mas depois verificamos que não tínhamos feito nada ainda. Pelo contrário: Mato Grosso e Rondônia vivem um problema grave, que é a comercialização. Não é um problema de mercado, por falta de demanda, mas de planejamento." Segundo ele, 13 empresas fundaram a PeixeBR. Hoje já são amios de 40. "Quem estiver sozinho está morto", decretou.

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