FAO: em cada dois trabalhadores do setor, uma é mulher

Sem a participação feminina, a indústria do pescado não teria a metade da importância atual. É o que revela um estudo pioneiro da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO/ONU), lançado recentemente. "As mulheres participam em todos os segmentos da indústria do pescado, incluindo pesca, aquicultura, comércio e gestão", diz o material.

Segundo a autora, Marie Christine Monfort, a falta de consideração generalizada sobre o papel das mulheres e seu trabalho no segmento são, em muitos aspectos, desfavoráveis. "Fazem com que elas se distanciem de uma participação equitativa na indústria", relata.

Por este motivo, o estudo tem o objetivo primário de aumentar a consciência dos responsáveis pelos negócios e pelas políticos do setor sobre o valor que as mulheres trazem para a indústria, além de encorajá-los a considerá-las toda vez em que desenvolverem um novo projeto ou medida. A meta é, nestes casos, provocar o questionamento: "Não subestimamos as mulheres?".

Entre as conclusões do estudo, a autora indica que a participação das mulheres é afetada ou limitada por fortes regras culturais, convenções sociais e, em alguns casos, leis discriminatórias. "A indústria de pescado é dominada por paradigmas patriarcais, nos quais a hierarquia, autoridade, poder, competição, desenvolvimento, controle de recursos naturais e humanos e dominação de outros é moldada por homens", escreve.

O estudo, que pode ser adquirido aqui, inclui seis estudos de caso: Croácia, Egito, França, Islândia, Índia  e Senegal. Foi elaborado neste ano, com patrocínio da Globefish e FAO.

Crédito da foto: Divulgação/FAO