Farinha de peixe chega a preços recordes em 2014

Nunca a farinha de peixe, obtida normalmente a partir do processamento de pequenos pelágicos com baixo valor comercial, chegou a um preço tão alto como em 2014. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO/ONU), o preço das farinhas e óleos de peixe sofreram com uma oferta ajustada de matéria-prima que não foi suficiente para atender à crescente demanda.

Um dos principais fatores responsáveis pelo desempenho foi a diminuição da pesca de anchoveta no Peru. Isso ocorreu, segundo o Globefish, da FAO, por conta do aumento anormal de temperaturas do mar, forçando os estoques de anchova para águas mais profundas e frias, ou para o sul, onde as capturas estão proibidas em uma zona de 10 milhas. 

O Peru trabalha com cotas determinadas para a captura da anchoveta, e no ano passado apenas 68% das capturas totais permitidas foram realizadas - equivalente a cerca de 1,71 milhões de toneladas. Comparada à alta porcentagem de capturas durante as duas temporadas de 2013, que juntas geraram mais de 4,35 milhões milhões de toneladas, esta temporada gerou uma apreensão muito grande no mercado.

Os preços então chegaram a US$ 2.400 por tonelada FOB em outubro do ano passado para ração de pescado superprime no Peru. Desde então os preços se mantêm estáveis, mas a grande demanda chinesa de matéria-prima para ração de suínos por conta do festival da Primavera em dezembro reduziu muito os estoques asiáticos e os peruanos podem ter de vender seu estoque remanescente para obter preços vantajosos.


Na visão da FAO, a longo prazo, a demanda por ração e óleo de peixe só deve aumentar, seguindo a expansão da aquicultura e criação de outros animais. Mas a instituição segue recomendando a busca de outras fontes de matéria-prima para reduzir a pressão sobre os tradicionais estoques.

Em outra ponta, o preço do pescado apenas sobre. Veja na tabela abaixo a evolução dos preços no FAO Fish Price Index: