Fatores internos e externos maculam salmonicultura chilena, que assiste a concentração de empresas

Fatores internos e externos maculam salmonicultura chilena, que assiste a concentração de empresas

Imagem afetada por alto uso de antibióticos, perda de mercado para a Noruega e desvalorização geral de moedas frente ao dólar afetam indústrias

04 de outubro de 2015

O momento não é dos melhores para a salmonicultura chilena, por uma conjunção de fatores internos e externos. Do lado de dentro, a indústria sofre com a repercussão de uma revelação da Secretaria local de Pesca e Aquicultura, Sernapesca, de que o uso de antibióticos no cultivo do salmão cresceu 25% em 2014.

Por outro lado, as exportações aumentam, mas as receitas caem com renegociação de contratos como consequência da desvalorização de moedas frente ao dólar e perda de mercado internacional para a Noruega, mais competitiva no momento.

A consultoria especializada Infotrade informou à imprensa chilena que as empresas sofrem com os baixos preços praticados no momento. Até agosto de 2015, o Chile exportou 371,1 mil toneladas, 3% mais que no mesmo período do ano passado. No entanto, em termos de receita o desempenho foi 22% inferior ao registrado em 2014.

Foram 357,4 mil toneladas embarcadas com preço médio por kg de US$ 8,06, gerando um faturamento total de US$ 2,88 bilhões. Já nos primeiros oito meses de 2015 o patamar médio de preços ficou em US$ 6,28, com faturamento de US$ 2,33 bilhões.

A AquaChile, que recentemente desfez a fusão em curso com a Marine Harvest, lidera o ranking exportador, com faturamento de US$ 299,5 milhões. A Cermaq, de propriedade da Mtisubishi, faturou US$ 257,4 milhões, enquanto a Multiexport ficou em terceiro lugar com faturamento de US$ 206,7 milhões.

E é justamente nessa última, entre as maiores fornecedoras de salmão aos distribuidores brasileiros, que há mudanças importantes. O grupo japonês Mitsui & CO. Ltda, que, segundo apurou a Seafood Brasil, sonda o mercado de pescado no Brasil há alguns anos, acaba de investir na chilena Salmones Multiexport (Salmex), por meio de um acordo que envolve a compra de ações. As informações são do site Mundo Aquícola.

Com a operação, a Mitsui aumenta o capital da Salmex em US$ 100,7 milhões e se torna dona de 23,37% da participação acionária – o restante, 76,62%, permanece com a Multiexport Foods. O acordo exige que a Salmex concentre todas as atividades relacionadas ao salmão em andamento no Chile.

A relação entre as duas empresas tem mais de 20 anos, já que a Mitsui é sócia da Multiexport em uma joint venture criada para concentrar a comercialização de salmão coho e truta ao mercado asiático, incluindo o Japão. Em 2014, considerando todos os mercados, a Multiexport Foods vendeu ao exterior US$ 400 milhões, equivalentes à produção de 69,2 mil toneladas de salmão e trutas.

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