Fenacam'19: doenças do camarão seguem na pauta de simpósio
Disseminação de patógenos por pólos produtores a partir de matrizes é preocupação
14 de novembro de 2019
A Fenacam19 continua a dar ênfase para os temas relacionados à sanidade na carcinicultura. No segundo dia de palestras do Simpósio Internacional da Carcinicultura, o professor Daniel Lanza, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), falou sobre a importância da relação entre melhoramento genético e monitoramento de controle sanitário.
Segundo ele, é preciso salientar que quando se pensa em um programa de melhoramento genético não se podem descartar as variações ambientais e as ações dos patógenos. “É muito importante conhecer genótipo e patógeno para que se consiga fazer o melhor fenótipo, para produzir um melhor camarão que irá resultar produtividade no campo”, destacou.
Conforme Lanza, para que tecnicamente a carcinicultura no Brasil possa se desenvolver de forma mais rápida e eficiente, será preciso trabalhar com melhoramento genético sólido, controle e monitoramento sanitário para que não haja muito aporte de novos patógenos para o Brasil. Também será preciso trabalhar na produção de camarões que sejam capazes de suportar as variações ambientais no País”, finalizou.
América Latina e Ásia
Os patógenos continuaram em pauta nas palestras. Thales Andrade, da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), apresentou “Patógenos Emergentes na Indústria de Camarão na América Latina”. Andrade comparou a América Latina com Ásia, e conforme ele, ambas continuam com os mesmo problemas: as doenças ainda permanecem como o principal desafio para o desenvolvimento sustentável da indústria.
“Lembro que em 2010, a indústria mundial já alertava sobre outros patógenos que hoje já são discutidos aqui na América Latina, inclusive referente a importacao e exportacao de produtos e animais vivos da carcinicultura”. Para Andrade, apesar da evolução da atividade nos últimos anos, ainda existem algumas fraquezas em relação ao diagnóstico dessas doenças, e muitos problemas de patógenos têm acontecido porque eles migram de um país a outro. Segundo o professor, a VPAHPND (necrose hepatopancreática aguda) e a a EHP (microsporidiose hepatopancreática) aparecem entre as principais enfermidades emergentes para a América Latina.
Para ele, apesar de um significativo avanço tecnológico disponível ao setor produtivo e a existência de regulamentos internacionais, a ausência de barreiras sanitárias efetivas no trânsito de camarões vivos ou congelados tem sido observada como a principal rota para que as enfermidades infecciosas, emergentes, se tornem endêmicas em países ou regiões livres.
Confira a cobertura completa da XVI Fenacam'19 na edição #32 da Seafood Brasil que circulará em meados de dezembro.