Japan Food Show: discussão de alto nível e boa visitação marcam primeira edição

Japan Food Show: discussão de alto nível e boa visitação marcam primeira edição

Primeira edição da feira é bem recebida pelo público e pelos expositores que decidiram apostar no projeto da Francal Feiras

07 de agosto de 2015

A primeira edição da feira Japan & Asian Food Show, realizada entre 5 e 7 de agosto no Pavilhão Azul do Expo Center Norte, foi bem recebida pelo público e pelos expositores que decidiram apostar no projeto da Francal Feiras. Durante os três dias, 3.200 de visitantes aproveitaram as novidades dos expositores, mas também os painéis de discussão, fóruns gastronômicos e aulas com renomados chefs, como Shin Koike.

Na abertura do evento, a gerente de negócios da feira, Lúcia Cristina de Buone, destacou que a Francal fez uma pesquisa de campo em 149 bairros de São Paulo e identificou 807 restaurantes orientais. Segundo ela, isso mostra que o número normalmente calculado para restaurantes orientais no Brasil pode estar subvalorizado: na cidade, este tipo de estabelecimento pode chegar a 3 mil e, no Brasil, a mais de 10 mil.

Na sequência, o primeiro painel de discussões do I Fórum Brasileiro da Indústria de Pescados introduziu questões de ordem para o segmento, como a logística do pescado em grandes cidades, desenvolvimento de novos produtos e a relação com o varejo e o food service.

Roberto Imai, presidente do Sindicato das Indústrias de Pesca de São Paulo (Sipesp), fez uma relação entre a expansão do consumo em momentos de crise econômica. Para ele, a busca pela competitividade é o principal. "As pessoas vão continuar consumindo pescado na crise, mas como? É preciso procurar novas utilizações, aproveitamento integral do pescado, entre outras", contou. 

Um dos processos disponíveis para o desenvolvimento de novas soluções é um processo de criatividade. "Já tive muitas ideias de novos produtos, mas muitas delas não foram para frente", conta Roberto Veiga, diretor da Damm. "Se você usar apenas um ponto de vista, apenas vai ter uma solução." Ele deu um exemplo concreto de pensamento divergente: "Vejo que um cliente sofre com ralos entupidos por conta de espinha de peixe. Melhor então que eu forneça a ele um peixe já descamado".

Rodrigo Joaquim, sócio do Grupo5 e conselheiro da Associação Brasileira de Logística (Abralog), abordou o cenário nacional para a logística de pescado. Ele apontou os problemas decorrentes de legislações municipais e as dificuldades de mobilidade urbana, mas apontou alguns caminhos. "Um deles seria criar bolsões de entregas logísticas que respeitem a dinâmica das grandes cidades e o seu trânsito."

Este é um problema recorrente para grandes redes de varejo, como o Grupo Pão de Açúcar. Meg Felippe, gerente de projetos do GPA. "A logística do varejo é muito cara, mas com o CD de pescados que temos isso melhorou", diz. Ela lembrou ainda que o pescado não é uma compra programada. "O consumidor decide comprar pescado quando está na loja."

Já o segundo painel, realizado na tarde do primeiro dia, tratou de aspectos como a conservação do pescado para sushis e sashimis. Erika Fabiane Furlan, pesquisadora do Instituto da Pesca, disse que a popularização do consumo de peixe cru também acarretou em mais doenças. "Para ser consumido cru, o pescado precisa passar por um processo térmico pois, como qualquer alimento, pode transmitir doenças". Ela diz que o congelamento a -60 ºC é uma das formas de assegurar a qualidade do produto.

Rodrigo Fróes, da Associação Nacional de Restaurantes, entrou na polêmica do fresco x congelado e atestou: "É um mito dizer que o pescado fresco é mais fresco que o congelado". Ele conta já ter feito teste cego com chefs que não souberam diferenciar corretamente as duas opções. Fróes recomendou ainda à indústria o fornecimento de soluções porcionadas. "O m² só fica mais caro, com reajustes mais altos do que podemos repassar. Quanto menos porcionarmos e processarmos dentro do food service, melhor."

O sushiman Alexandre Sassá, do Sassá Sushi, concordou e citou exemplo do próprio restaurante, que recebe alguns dos peixes já processados. Ele alertou ainda para a responsabilidade dos proprietários em relação à qualidade do pescado. "Temos 10 fiscais de vigilância sanitária em São Paulo para 3000 estabelecimentos. Se não controlarmos a qualidade, quem vai controlar?", questionou.

No fim do painel, o chef André Ahn, do restaurante santista Guaiaó, explicitou que parte dos chefs não valoriza os peixes congelados e também espécies normalmente descartadas pelos pescadores. "Comecei a pegar peixes desvalorizados, não nobres, e procurar novas formas de preparo." Entre as espécies pouco valorizadas, ele citou a betara, olhete e o peixe-espada.

Ambos os painéis foram mediados pelo editor da revista Seafood Brasil, Ricardo Torres. Veja a cobertura completa da feira na próxima edição da revista Seafood Brasil. Leia também outros textos no site da feira.

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