Maiores consumidores do mundo, portugueses querem incentivar aquicultura

Nesta terça-feira (14/07), o presidente português, Cavaco Silva, cumpriu jornada pelo setor de produção de pescado naquele país. O chefe de Estado visitou várias indústrias das regiões Centro e Norte de Portugal, em cidades como Peniche, Matosinhos e Póvoa de Varzim e, segundo informou o portal do canal de televisão 24, afirmou que o "peixe não vai chegar para todos". Atualmente, o déficit na balança comercial de pescado em Portugal é de 700 milhões de euros.

Foi uma referência à diminuição dos estoques capturados pela pesca industrial que, como em todo o mundo, também oscilam muito em Portugal com tendência de queda. Silva defendeu a aquicultura como possibilidade para suprir a necessidade dos portugueses, que têm o maior índice de consumo de pescado do mundo.   

Cavaco Silva disse que o setor do pescado emprega de forma direta 24 mil pessoas, mas juntando os empregos indiretos são 90 mil portugueses. "Contribui com mais de dois bilhões de euros para o PIB e as exportações representam cerca de 900 milhões de euros”, calculou.

O presidente ouviu cobranças de representantes do setor pesqueiro por maior investimento na modernização da frota, mas limitou-se a valorizar a inovação e criatividade das indústrias portuguesas. Ressaltou ainda que "deve haver uma aposta maior na aquicultura". Para mostrar a importância que dá ao segmento, em Íhavo visitou uma empresa de cultivo de ostras e outra especializada em algas.

A aquicultura em Portugal é pouco valorizada. Segundo o jornal O Público, o país produz cerca de 10 mil toneladas por ano por meio de cultivos - o equivalente a 4% da produção total de pescado -, mas teria potencial para chegar a 100 mil toneladas.

Crédito da Foto: Inakihuarte/Creative Commons