Novo defeso biológico paralisa indústria da sardinha em Portugal

Os pescadores portugueses estão preocupados com uma medida do governo que criou um período de "defeso biológico" além do tradicional defeso da pesca da sardinha, em vigor desde 15 de outubro de 2014. A atividade seria retomada em 15 de janeiro, mas o novo período estendeu a proibição até 15 de março para reposição dos estoques.

De acordo com a imprensa portuguesa, após o período de defeso haverá uma cota inicial de 4 mil toneladas entre março e maio, mas ainda não foi fixada a cota total para disponível para 2015. O governo só anunciará a decisão no final de maio. A cota anual em 2014 foi de 13,5 mil toneladas de sardinha.

Embora a proibição tenha sido compensada subsídios de 4 milhões de euros aos pescadores, mestres e armadores, a Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco (ANOPCERCO) pediu ao governo para reavaliar a situação. No entanto, a ministra da Agricultura e Mar, Assunção Cristas, já avisou que não haverá revisão enquanto não surgirem provas de que o estoque aumentará.

A medida enfrenta críticas da oposição. Jorge Machado, deputado do Partido Comunista Português, disse à agência Lusa que não houve um estudo científico para embasar a decisão. O parlamentar disse achar "escandaloso a frota portuguesa estar parada e espanhola continuar pescar e vender em Portugal". Além disso, comentou ainda que as empresas do setor conserveiro estão sem matéria-prima para processar.

Crédito da imagem: Fernando Ribeiro/Flickr/Creative Commons