O que a NRA Show 2019 ensina aos bares e restaurantes brasileiros
Food Service

O que a NRA Show 2019 ensina aos bares e restaurantes brasileiros

Diretor-geral do Grupo Gouvêa de Souza lista elementos considerados "crescentes e desafiantes"

05 de junho de 2019

"Os 10 pontos que você não pode ignorar sobre o food service" foram pautados no artigo de Marcos Gouvêa de Souza, fundador e diretor-geral do Grupo Gouvêa de Souza , após participação na 100ª NRA Show que aconteceu no mês passado, entre os dias 18 e 21 de maio, em Chicago, nos EUA.
 
Considerado um dos eventos mais importantes do setor, a NRA Show reuniu visitas, palestras e exposições com o que há de inovador no food service global. No Brasil, segundo Souza, o segmento se aproxima dos 40% em termos de participação nos gastos das famílias com alimentação nas principais capitais do Sudeste - e na média nacional está próximo dos 30%.
 
O autor elenca "dez elementos que devem ser considerados no crescente e desafiante mundo do food service:
 
1. Envelhecimento da população, participação da mulher no mercado de trabalho, combinados com a crescente demanda por conveniência estão ampliando a participação do food service no mercado de alimentos e bebidas de forma irreversível;
 
2. A procura por produtos naturais e orgânicos também está cada vez mais crescente, sobretudo, entre os consumidores mais jovens e aqueles em busca do rejuvenescimento, o que inclui parcela crescente e majoritária da população;
 
3. Em complemento ao item anterior, os alimentos e produtos substitutos das carnes - porém de origem vegetal -, seguem ocupando espaço no interesse dos consumidores e se constituem em opções que reforçam o crescimento desse público; 
 
4. O e-commerce para alimentos e bebidas, especialmente a partir dos restaurantes e operações especializadas, on-line ou tradicional de alimentos, é um dos segmentos com maior expansão no mercado internacional, atendendo o empoderado omniconsumidor hiperconveniente que opta por demandar e receber soluções de alimentos prontos para consumo; 
 
5. O delivery por terceiros especializados, como Uber Eats, Rappi e outros, tem forte expansão, pois além do serviço em si prestado a partir da logística compartilhada e racionalizada, aportam conhecimento do consumidor com informações relevantes para o crescimento dos negócios; 
 
6. O mercado de venda e distribuição de alimentos e bebidas passa a ser redesenhado com revisão do papel e participação dos agentes envolvidos, ampliando a participação do food service de forma geral, aumentando as operações diretas das marcas, criando novos conceitos e formatos pelos agentes tradicionais ou novos players, acelerando o lançamento de novas operações e lojas e combinando competências para acelerar o atendimento e entendimento da nova realidade;
 
7. A tecnologia e o digital aumentam sua importância estratégica no setor, demandando novas competências e modelos organizacionais. Isso envolve o seu uso na criação de novos conceitos, o preparo e controle dos alimentos produzidos e distribuídos, a integração em todo o ecossistema de entregas, que vai dos fornecedores de produtos aos operadores e até a entrega via delivery. E envolve também a operação com o início do uso de robôs no preparo e serviço. Sem esquecer os novos conceitos de operações com menos pessoas e autosserviço;
 
8. O pick up, ou seja, buscar o alimento pronto e encomendado em crescente escala via digital, aumenta também de importância, em nível bem inferior ao do delivery, mas altera a operação, layout e processos da loja. Tudo isso determina novos conceitos e formatos para contemplar essa realidade que envolve as redes tradicionais de alimentos, como Whole Foods, Mariannos e Wegmans que revisaram seus modelos para incluir operações integradas de food service e até bares em suas lojas para se ajustarem às transformações que acontecem no setor;
 
9. A experiência positiva, surpreendente e sem fricção torna-se cada vez mais o desafio dos operadores e envolve toda a cadeia de valor, pois superar, ou simplesmente atender, expectativas dos consumidores com crescentes níveis de demanda e uma competição transversal amplificada pelo aumento constante da oferta, exige modelos de negócios mais leves, ágeis, inovadores e criativos, porém, em tudo orientados pela excelência na execução, e essa constatação parece ser uma consciência coletiva;
 
10. Nesse cenário desenhado, que envolve da inovação dos produtos à operação de lojas e a entrega própria ou através de terceiros, com constante e ampliado uso de tecnologia e instrumentos digitais, onde a experiência positiva é ponto fundamental na equação de sucesso, o fator humano continua a ser o maior desafio e o mais importante ativo a ser desenvolvido.
 
Entretanto para Souza, o surpreendente foi o fato de como os dirigentes dos setores de hiper e supermercados do Brasil, e em parte os da conveniência, optaram por se manter distantes deste cenário atual, “pois de toda a delegação brasileira presente no evento, que reuniu perto de 200 participantes, nenhum representante desses setores participou do encontro e das discussões”, finalizou.

 
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