Oito empresas já podem exportar camarões argentinos, confirma Mapa

Oito empresas já podem exportar camarões argentinos, confirma Mapa

Oito empresas argentinas já tiveram suas plantas habilitadas à exportação do Pleoticus muelleris, chamado também de camarão vermelho, camarão Santana ou camarão patagônico.

25 de junho de 2013

O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Divisão Pescado (DIPES/DIPOA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), confirmou ao Seafood Brasil que oito empresas argentinas já tiveram suas plantas habilitadas à exportação do Pleoticus muelleris, chamado também de camarão vermelho, camarão Santana ou camarão patagônico. O governo argentino indica que duas delas já têm rótulos aprovados para exportação, mas o Mapa disse que não pode confirmar esta informação por uma questão de sigilo. O Seafood Brasil ainda está apurando quais seriam estas empresas.

As empresas já aprovadas são Pesquera del Sud S.R.L., Industria Pesquera Patagonica S.A., Conarpesa S/A, Iberpesca S/A, Bonasur S/A, Altamare S/A, Pescapuerta Argentina S/A e Poseidón S/A. Essa última se envolveu recentemente em uma denúncia de transporte de cocaína, que seria enviada à Espanha em meio a um lote de produtos – justamente os camarões vermelhos. A polícia ainda investiga o caso.

De acordo com Federico Angeleri, do departamento comercial da Pesquera Veraz, apesar da autorização, existem outros problemas que dificultam a transação. “Ainda não pudemos avançar porque estamos sem estoques disponíveis”, disse. “A realidade é que essa época é de congelado a bordo e não em terra, porque estamos fora da temporada. Entre novembro e março é a temporada forte para este camarão.”

Outra dificuldade aos argentinos é a desvalorização do real frente ao dólar, o que diminui suas margens. De acordo com a última pesquisa Focus do BC, que reúne a opinião de diversos economistas de instituições financeiras, a expectativa para o dólar no final deste ano é de R$ 2,13. Em 1º de janeiro, o dólar comercial estava cotado para compra em R$ 2,043. Ontem (24/06), a cotação já estava em R$ 2,251, alta de 10,2%.

Ainda assim, o interesse de empresas brasileiras pelo camarão vermelho não parece ter sido afetado. Em meados de junho, algumas empresas brasileiras visitaram plantas argentinas e se espera para breve o primeiro embarque de camarões vermelhos. “Os clientes têm muito interesse no produto, principalmente no camarão sem cabeça e descascado”, explica Angeleri. “Em relação ao camarão inteiro ainda há dúvidas com os preços de referência que se estão praticando.”

De qualquer modo, o volume de produto exportado não pode ultrapassar 5 mil toneladas, requisito imposto pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) para não afetar a produção nacional de camarões, que gira em torno de 100 mil toneladas. O ministério informa ainda ter aberto uma consulta pública para apresentação de estudos que comprovam o risco sanitário do ingresso do camarão vermelho argentino, mas o prazo teria se encerrado em 17 de junho.

As ações do MPA não satisfazem entidades como a Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), que desde o ano passado se mobiliza para barrar as importações (veja o histórico aqui). A associação agora promete recorrer ao Ministério Público, depois de ver rejeitada a ação civil pública impetrada na 8ª Vara Federal em Brasília. O juiz federal substituto, Márcio de França Moreira, disse ter indeferido o pedido por entender que a proibição total da importação “configura uma medida discriminatória disfarçada ao comércio internacional, com nítida intenção protecionista injustificada do produto nacional”, conforme publicou o jornal Tribuna do Norte.

Veja abaixo as exportações da espécie pela Argentina em 2012:

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ABCC, Acordo, Argentina, Brasil, camarão vermelho, Dipoa, langostino, Mapa, MPA, Pleoticus muelleri

 
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