“Para muitos a pasta é um problema, para mim é solução”, diz secretário Dayvson
Novo secretário de aquicultura e pesca do governo federal diz que a máquina pública é "inchada" e vai lutar por "desburocratização do setor"
11 de setembro de 2016
Depois da extinção do MPA e intensa negociação para acomodações políticas, a Secretaria de Aquicultura e Pesca no Ministério da Agricultura finalmente definiu seu secretário, Dayvson Franklin de Souza, ex- secretário de pesca e aquicultura no Maranhão filiado ao PRB, que agora cumpre agenda nacional para ouvir o setor.
Na capital paulista para diversos compromissos, como a a reunião que ocorreu com a Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), em 06/09, o secretário inclui entre eles a abertura do seminário “O Sucesso do Pescado”, na Fiesp. “Para muitos a pasta parece ser um problema, mas para mim é uma grande solução”, disse no início.
Davyson quis demonstrar a intenção de construir um diálogo eficiente com a cadeia produtiva. “É impossível para nós reconstruirmos as ações dentro do governo se não fizermos isso juntos. Não podemos nos fechar dentro da máquina pública, que é pesada e difícil de fazer mover. Minha vinda é a sinalização disso, colocar o governo federal como uma necessidade. Precisamos construir uma pauta juntos.”
Em analogia com o segmento, ele descreveu o que ocorre nos últimos anos com a representação institucional do segmento como um maremoto. “Infelizmente não houve uma transição, diante das escolhas do governo, que nos respeitamos. Isso representou uma perda terrível. Temos um grande passivo e muito mais a caminhar. Todas as demandas que temos no ministério continuam com 45 cargos e antes eram 900 cargos.”
Ele disse estar preocupado, antes de viajar, se o setor se sentiria muito desmotivado com a situação. “Mas vejo produtores resilientes e dispostos a estabelecer melhores regras, marcos jurídicos. Imaginei que iria encontrar um clima pessimista e não é o que estou vendo”, sublinhou.
O secretário indicou ainda que é preciso aproveitar o momento do País para reivindicar uma melhor situação à pesca e aquicultura. “Quando se fala em reavaliações tributárias e o governo começa a falar em previdência, precisamos pegar essa carona e mostrar o que estamos fazendo dentro do agronegócio. O Brasil tem uma meta de participar com 10% do agronegócio mundial. O que mais pode contribuir para alcançar esta meta ousada é o pescado”.
Ele diz ainda que a gestão Temer pretende diminuir o impacto da burocracia, sem “parasitismo dentro da gestão pública”. “O governo precisa estabelecer o ordenamento do setor. Se o governo parar de atrapalhar um pouco já é uma grande coisa”, sentenciou.
Assista aqui à entrevista que o secretário concedeu ao Canal Rural.
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