Pesca de sardinha mais restrita no Brasil e em Portugal
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Pesca de sardinha mais restrita no Brasil e em Portugal

Limites visam garantir a sustentabilidade dos estoques

15 de agosto de 2019

A pesca de sardinha está mais restrita no Brasil e em outros países do globo, e as consequências das baixas nos estoques já são vistas nas regiões.
 
De acordo com o consultor Wilson Santos, no ano passado as capturas de sardinha no País confirmaram baixas e o mesmo está ocorrendo no primeiro semestre de 2019. Para compensar esta queda interna, as importações da espécie estão subindo.
 
Para Santos, os quatro anos de capturas reduzidas e forte importação colocam os pescadores em uma situação muito difícil. "As características do produto importado (mais de 80% da sardinha já vem eviscerada, sem cabeça e cauda) são totalmente diferentes do produto interno onde somente sardinha inteira é ofertada para indústria de conservas", observa.
 
Conforme ele, a indústria vai precisar se readaptar a processar grandes volumes de sardinha nacional, entretanto só o retorno da  enorme oferta de sardinha local fará o setor identificar a dimensão da nova realidade. "Como exemplo, no Rio de Janeiro atualmente existe apenas uma indústria trabalhando exclusivamente com sardinha eviscerada. O que vai ocorrer quando retornarem as capturas de sardinha no Estado do RJ ?", indagou Santos.
 

Em Portugal

Com os limites para a pesca de sardinha acordados no ano passado entre Portugal, Espanha e a Comissão Europeia, os portugueses publicaram no Diário da República em julho, uma medida medida que proíbia a pesca de sardinha aos fins-de-semana, feriados e às quartas-feiras até o final daquele mês. 

 
Conforme o Portal Eco, em julho de 2018, um parecer científico do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES) informava que a pesca da sardinha deveria ser proibida em Portugal e Espanha neste ano de 2019, indicando que o estoque da espécie estaria comprometido.
 
Os especialistas pediram a suspensão total da captura para este ano. “Deve haver zero capturas em 2019”. O documento do ICES informa que o estoque de sardinha com um ou mais anos tem recuado desde 2006, e ficado abaixo dos 0,4 milhões de toneladas. Os novos peixes também estariam com estoque inferior “à média, desde 2005, tendo mesmo em 2017 alcançado o seu pior resultado”, abaixo dos cinco mil milhões de toneladas.
 
De acordo com o Portal Publico, a proibição aos fins-de-semana, feriados e às quartas-feiras até o final do mês visa assegurar a reposição dos estoques do peixe no país, embora o limite de captura permaneça em 5000 toneladas .
 
Limites definidos 
 
No documento, assinado pelo secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, informa que os limites diários de captura para embarcações com comprimento igual ou inferior a nove metros é de 1012 (45 cabazes), para barcos com comprimento superior a nove metros e inferior ou igual a 16 metros de 2124 (90 cabazes) e para embarcações com comprimento superior a 16 metros de 3036 (135 cabazes).
 
Ainda conforme o veículo, o “máximo diário de capturas de sardinha calibrada como T4 é de 450 kg […], não podendo ser descarregadas e/ou colocadas à venda às quartas-feiras, para além do fim-de-semana e dias de feriado nacional”.
 
No começo de junho, o secretário anunciou que os pescadores já estavam autorizados a retomar a captura de sardinhas, após a interdição decretada em setembro de 2018, com limites que permitem garantir a sustentabilidade do estoque.
 
“Face aos dados do recurso que temos, vamos começar a pesca com 10.799 toneladas entre Portugal e Espanha, o que corresponde a 7181 toneladas (66,5%) para a frota portuguesa, das quais 5000 até ao final de julho” e as restantes 2181 toneladas a partir de agosto.
 
“As estimativas que existem [apontam] para uma ligeira recuperação da biomassa, mas é necessário continuar os esforços. Reconhecemos que esta ligeira recuperação se deve muito aos esforços que o setor tem vindo a desenvolver […], mas essa recuperação tem que ser visualizada e consolidada com base nos dados científicos”, sublinhou José Apolinário ao Publico.
 
 
Créditos da imagem: Pasja1000/ Pixabay
 
 
 
 

 
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