Preço do salmão sobe 62% em um ano; índice de antibióticos é o maior em 9 anos

Preço do salmão sobe 62% em um ano; índice de antibióticos é o maior em 9 anos

Proliferação de algas e acomodação do mercado fazem preço disparar; antibióticos são aprovados no Brasil e não constituiriam risco à saúde

10 de junho de 2016

Não está fácil a vida de quem importa o produto mais consumido nos restaurantes japoneses. Não bastasse a escassez do produto, um ajuste progressivo dos preços do salmão desde dezembro fez com que o preço por kg variasse 62% em maio, na comparação com o mesmo mês de 2015.

O Brasil pagou no mês passado um dos maiores preços mundiais pelo salmão cultivado no Chile: US$ 7,78 por kg. Em maio do ano passado, o valor era de US$ 4,80 o kg. Outro recorde: o volume despachado pelas salmoneiras chegou a 3,3 mil toneladas, praticamente a metade da média mensal em todo o ano de 2015.

Fruto de uma acomodação do mercado depois da ocorrência da floração excessiva de algas que provocou a morte de 27 milhões de peixes em março deste ano, 20% da produção local. Também colaborou para a situação inflacionária uma expectativa de queda de 5% na produção da Noruega este ano (para 1,18 milhões de toneladas) por conta da ocorrência de parasitas, segundo indica a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO/ONU) em um informe recente.

Antibióticos em ascensão

Alvo de constantes críticas até dentro do próprio território chileno, o uso de antibióticos na salmonicultura chilena atingiu o maior nível em 9 anos, segundo indicou um informe do Serviço Nacional de Pesca e Aquicultura do Chile (Sernapesca) relatado pelo jornal local La Tercera. O índice chegou a 660 gramas por tonelada produzida por 46 empresas consultadas pela autarquia.

A Sernapesca diz que 90% do uso destes antibióticos é para tratar a Septicemia Rickettsial Salmonídea (SRS), principal doença que acomete a produção chilena. A associação que reúne as indústrias salmoneiras, SalmonChile, reuniu-se extraordinariamente nesta terça-feira (07/06) para discutir o caso. Decidiram preparar um relatório de sustentabilidade que incluirá o volume de uso de antibióticos usado por cada empresa associada.

Ainda assim, a entidade argumenta que os antibióticos não estão incluídos entre os tidos como críticos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para consumo humano e seu uso acontece de acordo com as normas da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE). Reiteram ainda que estes antibióticos são aprovados nos mercados-destino, como o Brasil, e não deixam nenhum rastro no produto final, além de não constituírem nenhum risco à saúde.

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