AM quer baratear produção de pirarucu; Estado também investe em sustentabilidade
01 de maio de 2014
A Amazônia é alvo de novos estudos para conservação de espécies pesqueiras. A Universidade Federal do Pará (UFPA), por meio do Laboratório de Biologia Pesqueira e Manejo dos Recursos Aquáticos do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) está desenvolvendo o projeto. Porém, enquanto isso, o Grupo de Pesquisa Aquicultura na Amazônia Ocidental, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), vem realizando estudos sobre o uso do farelo de soja como alternativa de ingrediente para tornar a produção de pirarucu cada vez mais barata e competitiva para introduzir a espécie no mercado nacional.
A líder do grupo de estudos, a pesquisadora do Inpa, Elizabeth Gusmão, em entrevista ao portal Brasil, comparou os preços do farelo de soja com a tradicional farinha de peixe, “O uso da farinha de peixe, cujo preço é bastante elevado (o quilo varia de R$ 2,00, se for nacional, a R$ 5,00 ou R$6,00, se for importada), deverá, nas próximas décadas, desaparecer do mercado. Já o farelo de soja custa R$0,90 o quilo.”
Elizabeth explica que o Grupo de Pesquisa em Aquicultura tem trabalhado para atender duas demandas: diminuir os custos de produção do pirarucu e encontrar alternativas que possam ser utilizadas no futuro para a criação, não somente do pirarucu, mas de outras espécies de interesse da piscicultura brasileira.
Mercado para o pirarucu
[caption id="attachment_4344" align="alignright" width="384"] Crédito da imagem: Helio Mota/Creative Commons[/caption]
“O pirarucu, sem dúvida, é um peixe de grande aceitação no mercado regional, nacional e até internacional, portanto, o mercado não é o problema para esta espécie”, ressalta Elizabeth Gusmão, em entrevista ao Portal Brasil. No entanto, para ela, a falta de oferta de pescados deve ser observada, já que não produzimos os alevinos em aquicultura e já que também o Amazonas é maior produtor extrativista deste peixe no país. Além disto, a sustentabilidade e preservação devem ser observadas.
Segundo pesquisas realizadas no Laboratório de Biologia Pesqueira do UFPA, pela aceitação que têm no mercado, algumas espécies como piramutaba, dourada e principalmente o pirarucu se tornam alvo da exploração seletiva e intensa.
“Apesar de existirem inúmeras normas que regem a pesca, penso que estas não estão realmente contribuindo com a finalidade para que foram planejadas. A preservação das espécies de peixe e o manejo sustentável da exploração pesqueira extrativa na região requer profissionais com conhecimentos em áreas multidisciplinares (o que inclui a ecologia aquática, genética, geografia, história, economia, ciências sociais, educação, dentre outras), mas, em geral, ainda há uma grande carência, explica a professora Victoria Isaac, coordenadora do Laboratório, em entrevista a CBN Foz.
As pesquisas das universidades do Pará e do Amazonas estão buscando alternativas para baratear o custo a produção, diversificar a oferta de peixe no mercado, e ao mesmo tempo preservar as espécies para garantir sua continuidade.
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