Ravagnani Vargas é exonerado do Dipoa; Abipesca fala em recriar Dipes

Ravagnani Vargas é exonerado do Dipoa; Abipesca fala em recriar Dipes

Pressão do setor privado foi fundamental para o afastamento; Vargas vai retomar funções de fiscal

14 de junho de 2018

O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), o médico-veterinário José Luís Ravagnani Vargas, foi exonerado do cargo, decisão publicada nesta quinta-feira (14/06) no Diário Oficial.

Oficialmente, a assessoria de imprensa do Mapa disse à Seafood Brasil que Vargas pediu exoneração, mas sabe-se que a situação do técnico estava delicada. A pressão do setor privado sobre o departamento dirigido por ele se intensificou nos últimos meses a partir da suspensão da exportação de frango, equinos e pescado à União Europeia.

Vargas assumiu a função em 2015 e iniciou uma reformulação no Dipoa que, entre outras mudanças, motivou a extinção da Divisão de Inspeção de Pescado (Dipes). Na gestão dele, por outro lado, o processo de registro de rótulos foi todo informatizado, o que acelerou a resolução dos pedidos. Leia mais detalhes na entrevista concedida por ele publicada na edição #18 da revista Seafood Brasil.

Com a saída dele, o setor privado já se pronuncia a favor do retorno de um departamento específico para tratar o pescado nas questões de inspeção. "O setor tem que falar peixe e escutar peixe", frisa Eduardo Lobo, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (Abipesca).

"No mundo inteiro as proteínas são tratadas de forma consolidada, com exceção de pescado, porque estamos falando de muitas espécies e com diferentes comportamentos em linhas industriais." Na visão dele, a complexidade do setor requer que especialistas cuidem do tema. "Esperamos que haja o ressurgimento da antiga Dipes reformulada e atualizada, para que o setor volte a ser olhado e esteja na prioridade."

"Esperamos que esta troca dê uma oxigenada no Dipoa nas questões das exportações à UE, para onde o Brasil não pode exportar nem equinos, nem frango nem pescado", diz Lobo. Além do veto à União Europeia, a Abipesca reclama dos critérios usados nos regulamentos técnicos de identidade e qualidade.

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