Regras de transporte de caranguejo podem servir de exemplos ao setor
14 de fevereiro de 2014
Crédito da imagem: Mike Silva
Um dos principais recursos pesqueiros no Norte e Nordeste do país é o caranguejo-uçá, que habita zonas costeiras como mangues e estuários. A espécie ganhou atenção especial do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), pois estabeleceu regras diferenciadas em seu transporte nos Estados do Maranhão, Pará, Piauí e Ceará. A medida têm o objetivo de garantir a sustentabilidade extrativista da espécie, pois gera emprego para milhares de marisqueiras, além de contribuir em melhorias de higiene.
A nova legislação exige que a carga de caranguejo seja transportada em caixas plásticas vazadas, forradas com espuma de acolchoamento embebida com água doce. Quando for por meio de transporte aquaviário, a carga deverá ser colocada em caixas plásticas vazadas, sacos, paneiros, cofos ou acomodações que garantam a sua sobrevivência. As mudanças podem estimular novas exigências no manuseio de outras espécies.
Desperdício e mortalidade
Segundo o superintendente de Pesca e Aquicultura do Maranhão, Júnior Verde, em entrevista ao Portal G1, essa instrução normativa resolve um problema histórico de desperdício e mortalidade dos caranguejos devido ao transporte inadequado. O desperdício chega a quase 50% de perda da carga de caranguejo, conforme estudos realizados pela Embrapa."
As mudanças de normas e procedimentos técnicos para o manuseio e comercialização da carne de caranguejo no Pará foram publicadas em portaria no Diário Oficial do Estado, pela Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará). A venda do produto estava suspensa desde 2009, após a constatação de condições precárias de higiene do manuseio do produto.
Neste quesito, as alterações foram a exigência do uso de máscaras, luvas e gorros. Além de equipamentos em aço inox, e que o ambiente onde a carne será retirada seja revestido de azulejo. Para certificar o cumprimento das normas e emitir o certificado, um pedido de avaliação do estabelecimento deve ser feito a Adepará, que fará uma visita ao local em parceria com outras instituições, como a Federação de Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa) e a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).
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