Russos querem evitar intermediários e vender diretamente ao Brasil
Ministro Maggi sinaliza positivamente a colega russo, que pretende inaugurar em breve exportações de pescado ao Brasil
20 de abril de 2017
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ouviu ontem do vice-ministro da Agricultura da Rússia, Evgeny Gromyki, que aquele país pretende iniciar a exportação direta de pescado ao Brasil. Segundo ele, as espécies capturadas na região, como a polaca e o bacalhau do Pacífico (Gadus macrocephalus), são processadas em outros intermediários.
A captura realizada na Rússia segue em geral para o processamento em plantas chinesas. Só os filés de pescado provenientes de fábricas na China renderam no ano passado US$ 79,5 milhões aos asiáticos, correspondente a um volume exportado de 33 mil toneladas - negócio do qual os russos não pretendem ficar de fora. Segundo o MDIC, a Rússia não exportou nada de nenhum produto de pescado nos últimos cinco anos.
Maggi sinalizou positivamente à intenção e disse estar disposto a aumentar o comércio do agronegócio com o país, que é parceiro no BRICS (grupo de países emergentes integrado também pela China, Índia e África do Sul). Segundo comunicado do Mapa, a expectativa é mais que dobrar o volume de negócios chegando a US$ 10 bilhões em cinco anos.
Os brasileiros têm interesse de ampliar a venda de carne bovina, suína e de aves ao país governado por Vladimir Putin, que não criou barreiras à carne brasileira após os primeiros resultados da Operação Carne Fraca. O ministro ouviu de Gromyki que o governo russo “confia no Brasil”. “Não existem objeções políticas ou econômicas para que aumentemos o comércio bilateral”, disse Maggi, durante o encontro.
Ainda de acordo com o Mapa, o russo convidou Blairo Maggi a visitar a Rússia em junho, quando está prevista uma missão do presidente Michel Temer ao país. Sob a orientação do secretário de Defesa Agropecuária do ministério, Luis Rangel, técnicos do Mapa realizaram avaliação preliminar no sistema sanitário animal e em frigoríficos russos, que foi considerada satisfatória. “Entendemos que o processo de abertura para importação de carne está em fase avançada”, considerou.
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