Salmão transgênico da AquaBounty recebe aval do FDA nos EUA

A sempre aberta polêmica dos transgênicos chegou ao pescado na última semana com a aprovação, pelo FDA (a Anvisa dos Estados Unidos), do salmão Atlãntico modificado geneticamente produzido pela AquaBounty Technologies, do Massachusetts. O órgão considerou que não existe nenhum risco ou perda nutricional deste produto em relação ao salmão não transgênico.

Os cientistas disseram ter avaliado as informações enviadas pela AquaBounty com rigor, bem como outros dados coletados por pesquisadores, e constataram que o salmão AquAdvantage, como foi batizado, preencheu os critérios de aprovação estabelecidos por lei, ou seja, a segurança e a eficácia.

Este salmão do Atlântico recebeu hormônio do salmão chinook do Pacífico e um gene de uma enguia marinha,, segundo informou o Los Angeles Times, que o faz crescer duas vezes mais rápido, chegando ao tamanho comercial em até 18 meses, quando o salmão Atlântico convencional chega ao mesmo tamanho em 30 meses.

O mesmo jornal informa que alguns grupos ambientalistas atacaram a iniciativa, dizendo que a maioria dos americanos não compraria um salmão geneticamente modificado. Citam também que grandes redes, como Whole Foods e Target, não o comprariam.

Conforme disse o FDA, os genes inseridos permaneceram estáveis ao longo de várias gerações de peixes, que o alimento do salmão geneticamente modificado é seguro para comer por seres humanos e animais , que a engenharia genética é segura para os peixes e que o animal realmente cresce mais rápido como a empresa alega.

O FDA também assegurou que os aspectos ambientais, fonte das maiores preocupações em relação à dominância de espécies modificadas frente às tradicionais, não é um problema. Segundo o órgão, diversas medidas de contenção que a empresa pretende usar nas estruturas produtivas no Panamá e Canadá tornam "extremamente improvável que o peixes possam escapar e se estabelecer na natureza".

Rotulagem

Outra grande preocupação diz respeito à rotulagem do salmão transgênico, já que o consumidor precisa ter a chance de escolher se quer ou não comprar um produto que sofreu modificação genética. Para contornar a questão, o FDA lançou dois documentos de orientação que orientam como deve ser a rotulagem de alimentos derivados de salmão Atlântico transgênico ou não. Leia aqui (em inglês). A rotulagem, no entanto, é voluntária.

O documento, bem como outra orientação sobre a rotulagem de alimentos que passam por plantas que processam transgênicos, está em período de consulta pública.

Leia mais sobre o AquAdvantage Salmon aqui (em inglês).