Vietnamitas decidem reunir jornalistas e compradores europeus para reverter crise de imagem

Vietnamitas decidem reunir jornalistas e compradores europeus para reverter crise de imagem

Encontro é reação a bloqueio de redes varejistas europeias ao panga; no Brasil, importações do trimestre caem em volume, mas sobem em receita

20 de abril de 2017

O Carrefour França deu início ao movimento, posteriormente seguido pelas operações da rede na Bélgica e Espanha. A comercialização de pangasius proveniente do Vietnã foi proibida de "forma preventiva" ao longo do primeiro trimestre de 2017 por "preocupações ecológicas".

Um comunicado oficial da rede distribuído na Europa falava em "dúvidas que existem sobre o adverso impacto que os cultivos de panga têm no meio ambiente, a rede decidiu deixar de vender este pescado e suspendeu os pedidos". Outro foco de preocupação aos vietnamitas é os Estados Unidos, que devem apertar a fiscalização sobre toda a cadeia produtiva da espécie a partir de setembro, como informa o Seafood Source.

Atentos ao impacto e disseminação da decisão a outras cadeias, o Ministério da Agricultura vietnamita e a Associação dos Produtores e Exportadores de Pescado do Vietnã (Vasep) convocaram jornalistas europeus e distribuidores para uma reunião em plena feira Seafood Expo Global, em Bruxelas, para tentar reverter esta imagem.

Na convocatória, eles reconhecem que a indústria do panga no Vietnã foi atingida seriamente por coberturas negativas da imprensa no mercado europeu. "Ironicamente, é uma das indústrias de pescado mais reguladas do mundo, cumprindo com exigências ainda mais rigorosas para o mercado norte-americano e oferecendo um peixe excepcionalmente sustentável para alimentar o mundo", diz comunicado. "É por isso que consideramos que a indústrias merece mais."

O encontro acontecerá em 25 de abril e terá a presença da equipe da Seafood Brasil. O leitor acompanha o conteúdo das discussões e as possíveis repercussões para o Brasil na edição #19 da revista, que começará a circular em junho.

No Brasil, a espécie foi alvo de diversas campanhas difamatórias na internet ao longo de 2011 por conta de seu sistema de cultivo, muito embora os problemas constatados pelas autoridades eram de excesso de glazing e adição de químicos. A adoção de uma política mais rigorosa pelo Departamento de Inspeção de Origem Animal (Dipoa) conteve fraudes e gerou uma reação no tipo de produtos despachados ao Brasil.

Desde então, a importação de filés de panga tem mostrado uma leve recuperação. Em 2015, 41,9 mil toneladas de filés foram importadas a um custo médio de US$ 1,82 o kg. Em 2016, os preços caíram para US$ 1,51 o kg e o volume subiu para 42,3 mil toneladas.

No primeiro trimestre de 2017, os filés caíram 6,6% em volume, segundo dados do MDIC, mas subiram 22% em receita, atingindo US$ 32,6 milhões contra US$ 26,6 milhões no mesmo período de 2016. O preço médio subiu para US$ 2,01 o kg em 2017 (ante US$ 1,52), indicando que o Brasil passou a comprar um produto de maior qualidade.

Enquanto isso, o Brasil começa a dar passos tímidos para cultivar a espécie em terras nacionais. Produtores do interior de São paulo criaram a Associação Brasileira dos Criadores de Pangasius (PangaBR) e irão discutir o potencial do negócio no Brasil em 26 de abril, na cidade de Araras (SP), no Anfiteatro da UFScar.

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