Vietnã exporta 4 vezes menos ao Brasil em 2015; vendas mundiais caem 16%
Receita com vendas externas de pescado cai no Brasil e no mundo, levando país a buscar outros parceiros comerciais
01 de julho de 2015
A enxurrada de panga não veio. De acordo com o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural do país asiático, a receita com vendas externas de pescado caiu 16% sobre 2014 até junho, para US$ 2,97 bilhões. "Os valores das exportações em junho de 2015 atingiram o menor nível dos últimos 3 meses", diz a entidade que reúne os produtores e exportadores (Vasep).
Na comparação com o mesmo mês de 2014, as exportações vietnamitas caíram 20,9%. Os Estados Unidos permanecem como principal mercado, com 19,3% da receita total com os embarques. Nos primeiros 5 meses do ano, os norte-americanos compraram US$ 473 milhões, menos 29.1% ante 2014. O faturamento também caiu com o Japão e Coréia do Sul, segundo e terceiro mercados para o Vietnã: 11,9% e 5%, para US$ 365,6 milhões e US$ 214,5 milhões, respectivamente.
No Brasil, como reflexo das exigências de adequação sanitária impostas pelo governo brasileiro, a venda caiu vertiginosamente em relação a 2014, segundo dados do sistema AliceWeb. De janeiro a maio deste ano, o Vietnã exportou 8 mil toneladas de pescado, enquanto em 2014 havia embarcado ao Brasil 32,2 mil toneladas.
Por outro lado, quem importou pagou mais caro. Se em 2015 os brasileiros pagaram em média US$ 1,97, este ano o kg ficou em US$ 2,01. Ainda assim, o faturamento ficou muito aquém do ano passado. US$ 63, 6 milhões foram gastos pelos brasileiros com pescado vietnamita até maio do ano passado, mas em 2015 o número chegou a US$ 17,4 milhões.
Acordo de livre-comércio
Como reflexo deste desempenho, os vietnamitas estão buscando outros mercados. Acabam de fechar um acordo de livre-comércio com a União Econômica da Eurásia (EEU, na sigla em inglês), bloco que compreende Rússia, Belarus e Cazaquistão. Pelo acordo, praticamente 100% do pescado vietnamita exportado ao EEU terá imposto zero.
Em troca, o Vietnã concordou em remover impostos de commodities de alta prioridade como ferro, aço e alguns tipos de produtos indústrias e agrícolas, para os quais pretende abrir gradualmente o mercado.
