Webinar debate Covid-19 e transformações na pesca comercial
Pesca

Webinar debate Covid-19 e transformações na pesca comercial

Tema foi o sétimo de uma série de encontros on-line do "Pescado em Análise"

16 de junho de 2020

Na terça-feira (09/06) a pesca comercial foi o tema do sétimo de uma série de encontros on-line do "Pescado em Análise". Representantes de diferentes regiões e cadeias pesqueiras discutiram os principais impactos e transformações causadas na pesca comercial pela pandemia global da Covid-19. 
 
Arimar Filho (Produmar), Cadu Villaça (Conepe/Cadu Consult), Giacinto Tasso (Cais do Atlântico), Ismael Coelho (Miami Pescados) e Jonathan Morais (Gomes da Costa) foram os convidados desta edição.
 
Arimar Filho, diretor da Produmar, comentou como a empresa que trabalha, principalmente, com embarcações voltadas para a pesca oceânica de long line de atum e afins sentiu a expansão da doença e os reflexos na área da saúde. A Produmar registrou uma boa safra em janeiro e fevereiro, mas a chegada da quarentena em março modificou o cenário, sobretudo, ao frear as companhias aéreas e parar os mercados externo e interno. “A opção foi enviar boa parte da produção para o congelamento”, revelou. 
 
Como alternativa à crise, as pescarias da empresa retornaram em abril com um modelo novo de pesca e a utilização de protocolos para a liberação na saída e retorno da tripulação. 
 
Além dos riscos de contaminação dos funcionários na indústria de processamento, conforme ele, outro grande desafio da empresa está em escoar o produto, já que o frete aéreo triplicou com a limitação de voos entre o Brasil e os EUA. “O frete está comendo qualquer margem e resultado com o peixe. Mesmo com o incremento do dólar ficou bem difícil, tanto que a maioria das empresas pararam”, comentou. “Parcerias são realizadas na tentativa de escoar o produto”, concluiu.
 
Sobre a pesca da lagosta, o consultor Cadu Villaça, da Cadu Consult, fez uma breve abordagem de como a crise impactou o turismo e abalou a demanda do crustáceo. Com fechamento dos restaurantes e o isolamento social impostos pela quarentena, o setor produtivo pediu o adiamento do início da safra por mais uns meses, mas a SAP manteve o defeso até 31 de maio. “Nossa justificativa era de que não adiantava abrir a safra sem a demanda”, sublinhou Villaça.
 
Para ele, a produção do crustáceo começou de uma maneira muito errada porque já estão chegando os primeiros barcos e não há preço para o produto. A lagosta é o principal item de exportação do País e tem distribuição em poucos players no mercado. “No Brasil estamos falando em biomassa de cerca de 6.500 toneladas de um produto que custa cerca de US$ 20 kg”, destacou.
 
“Também estamos sofrendo com essa pandemia”, lamentou Ismael Coelho, da Miami Pescados, no litoral Sul de São Paulo. A empresa trabalha com polvo, camarão sete barba e corvina entre os principais produtos destinados ao mercado interno.
 
No começo da pandemia a pesca do camarão estava proibida, mas foi preciso prolongar as férias dos colaboradores na autorização da safra. A produção destinada ao food service nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina também precisou ser estocada.
 
A atividade continuou para os outros pescado, embora a queda do preço e a dificuldade nas vendas obrigaram a Miami Pescados estocar os outros produtos. “A queda nossa foi de 60% no mercado”, destacou Coelho. 
 
No Sul do País, a Gomes da Costa, em Itajaí (SC), teve o desafio ampliado de lidar com a saúde e segurança de mais 2 mil colaboradores. “Também tivemos que reconstruir as estratégias para se adaptar ao novo momento”, destacou Jhonatan Morais.
 
A empresa atua com conservas e também teve seus entraves com a pandemia, embora não tenha sentido tanto a crise como as outras indústrias, como revela Morais. Neste ano, a pesca da sardinha se concentrou no Sudeste do Rio de Janeiro, uma região com um mercado alternativo muito forte. ”Fomos beneficiados porque com as medidas restritivas este peixe foi direcionado para a indústria”, explicou.
 
Se tratando de atuns, a empresa também foi beneficiada. “A cadeia de suprimentos é da frota de cardume associado com pesca direcionada aos restaurantes e, esse peixe também acabou sobrando e sendo direcionado para a indústria”, completou Morais.
 
 “O setor está construindo uma nova realidade” , frisou Giancito Tasso, da Cais do Atlântico, que enfrenta o desafio de manter a produtividade com um quadro reduzido de colaboradores.
 
A empresa também está zeando pela saúde dos funcionários e mesmo com uma planta “sifada” que já seguia protocolos sanitários, as medidas de segurança foram intensificadas conforme indicações dos órgãos competentes. Também está em constante busca para conscientizar os colaboradores de que precisam ampliar os cuidados.
 
Já a produção segue no dia-a-dia de produtos com vazão, mas encontra problemas no planejamento: a oscilação entre a demanda e a velocidade de captura. “Hoje não tenho mil quilos de peixes, mas amanhã temos 10 toneladas e depois 100 toneladas”, explicou Tasso.

Veja aqui a Webinar completa "Pescado em Análise": Pesca comercial.

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