Coronavírus afeta performance de vendas na Semana Santa
Varejo

Coronavírus afeta performance de vendas na Semana Santa

Fornecedores de todos os canais precisaram desenvolver estratégias para vender seu pescado

14 de abril de 2020

Mesmo diante do isolamento social provocado pela pandemia do novo Coronavírus, não faltou pescado na Semana Santa do brasileiro, embora o caos e medo tenham mudado o cenário habitual e afetado a performance das vendas neste ano. Os feirões especiais tiveram que se adaptar à nova rotina que alterou o padrão de compra de alimentos do consumidor e fornecedores de todos os canais precisaram desenvolver estratégias para vender seu peixe.
 
Na piscicultura, o desempenho das vendas na Semana era considerado bom dado o cenário caótico. “Em grande parte do Brasil faltou peixe nos supermercados, já que estes fizeram baixos pedidos por não acreditarem nas vendas da Semana Santa”, pontua Francisco Medeiros, diretor-executivo da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR).
 
Em uma análise regional da performance no feriado, Medeiros considera que o Nordeste teve boas vendas, com falta de tilápia fresca em Fortaleza (CE); No Norte, as feiras garantiram acesso ao peixe, mas vendas caíram. RO e MT sofreram com pedidos menores de PA, DF e Manaus. Já no Centro-oeste, frigoríficos no DF e em GO operaram até sexta com desabastecimento nos mercados; Enquanto no Sudeste e Sul, MG conseguiu encaixar produto apesar da queda no food service e SP teve vendas acima do esperado no varejo, que comprou pouco.
 
Em entrevista ao Cerrado Rural, Medeiros explicou que as vendas do setor não foram boas como esperava para a Quaresma, embora matenha o otimismo. No período da Quaresma e, especificamente na Semana Santa, deveria haver um incremento de comercialização do pescado entre 30% e 50%, conforme a região do País. "É verdade que não vendemos conforme nossas expectativas de Quaresma, mas, em contrapartida o produto foi comercializado. Muitos produtores ainda têm peixes para serem comercializados porque se prepararam para uma venda maior, agora é continuar trabalhando para vender esse peixe no mercado interno", declarou.
 
Na indústria, a Associação Brasileira da Indústria de Pescado (Abipesca) estimava a sustentação da venda dos congelados em relação a 2019, com alta de 15% na demanda por conservas. Eduardo Lobo, presidente da Abipesca, temia os próximos dias ao projetar uma queda geral do faturamento na Páscoa de 20% ante 2019. “O Day After da Páscoa e primeira corrida ao abastecimento das residências para o isolamento se mostram muito mais difíceis que o previsto.” E reforçou que os números não refletem o caos do momento, já que as vendas na maioria ocorrem 45 dias antes da Páscoa.
 
Segundo informações da Associação dos Pregoeiros de Pescado, no CEASA-RJ, peixes mais baratos, como sardinha, corvina e anchova, estavam com as vendas normalizadas. Peixes mais caros, utilizados em grande parte por restaurantes, tiveram sua venda reduzida. E nas pequenas cooperativas de beneficiamento de Tilápia do Médio Paraíba estava previsto uma queda de até 50% nas vendas com relação ao mesmo período do ano passado.
 
Em Natal (RN), o movimento caiu 80% no Mercado do Peixe e Canto do Mangue. Já os comerciantes de Jundiaí (SP) ficaram surpresos com os primeiros dias da Semana Santa. No Ceará, as vendas on-line nos supermercados dispararam até 500%.
 
A tradicional Ceagesp também ficou diferente neste ano e recebeu uma clientela bem menor com fechamento da feira direta ao consumidor ao longo do dia (Santa Feira do Peixe). Mas, teve feirão da madrugada até a Sexta Santa. Os permissionários enxergavam movimento de 40% menor que em anos anteriores, apesar de um desempenho melhor do que o esperado por conta das baixas vendas de semanas anteriores.
 
Outras soluções
 
Seafood Brasil criou, em parceria com a plataforma de negócios Dupeixe, um aplicativo prático e eficiente que conectava as melhores ofertas da Semana Santa diretamente com o consumidor final, em locais seguros ou pelo delivery. A ferramenta permitia a inscrição ilimitada e gratuita de pontos de comercialização de pescado em diversos tipos de estabelecimento.
 
A Semana também foi usada para o lançamento de uma campanha da Fundação Instituto de Pesca do Rio de Janeiro (FIPERJ) que visa fortalecer o consumo de pescado produzido no Estado. Conforme a Fiperj, ações como a divulgação de mercados que ofereciam o serviço de entregas em domicílio do produto faziam parte da campanha.
 
Já em Pelotas (RS), foram programados mais de 50 pontos de venda espalhados pela cidade. A Associação dos Feirantes Pescadores Artesanais de Pelotas também estava com o serviço de tele-entrega.
 
Para quem preferiu comprar o pescado pessoalmente, a Feira do Peixe 2020 de São Borja (RS), foi realizada nos dias 7, 8 e 9 de abril, no Mercado. Em Salvador, o Mercado do Peixe, em Água de Meninos, ficou de controlar o acesso ao local de 50 pessoas por vez. A mesma medida foi adotada no Mercado do Peixe, em Itajaí (SC) que esteve aberto até o sábado (11).

 

Créditos da Imagem: Pixnio

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