Pesquisa da Embrapa caracteriza principais polos produtivos de tilápia
Diferenças nacionais envolvem tanto características produtivas, como socioeconômicas e estruturais
22 de outubro de 2020
A Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) acaba de lançar uma publicação que caracteriza alguns dos principais polos produtivos de tilápia no Brasil. As diferenças envolvem tanto características produtivas, como socioeconômicas e estruturais.
“As diferenças verificadas entre os polos produtores de tilápia refletem, de certo modo, a própria diversidade dos estados onde eles se encontram, com relação a infraestrutura, recursos naturais e nível de desenvolvimento socioeconômico. Isso acaba tendo reflexo sobre as condições de trabalho dos produtores e o acesso aos mercados, além de impactar diretamente nos custos de produção”, explica Manoel Pedroza, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura e um dos autores do novo boletim.
Foram gerados dados quantitativos e qualitativos a partir de questionários aplicados nos polos. Ao todo, 35,5% dos tilapicultores dos sete polos trabalhados participaram da pesquisa, somando mais de 550 produtores.
Os sete polos estão em quatro regiões geográficas brasileiras: Oeste do Paraná, Norte do Paraná e Vale do Itajaí (SC), no Sul; Submédio São Francisco (BA, PE e AL) e Reservatório de Boa Esperança (PI), no Nordeste; Ilha Solteira (SP), no Sudeste do país, dividindo-se
com o Centro-Oeste; e Reservatórios de Serra da Mesa e Cana Brava (GO), considerados em conjunto pela proximidade física, no Centro-Oeste.
Segundo o estudo, a variação encontrada no custo de produção foi de R$ 3,64 a R$ 4,70 por kg. Há que se considerar, entre outros fatores, o sistema de produção prevalente em cada região.
Já no que se refere à logística, em média 48% dos produtores vendem sua tilápia em um raio de 100 km de distância. Com 55% e 40%, respectivamente, as unidades de beneficiamento e os intermediários / atravessadores foram os principais canais de comercialização apontados na pesquisa.
Para os autores, “de uma maneira geral, os polos produtivos localizados nas regiões Sul e Sudeste dispõem de melhor infraestrutura rodoviária e uma oferta de crédito para a piscicultura. Os polos dessas regiões também apresentaram maiores produtividades, sendo este aspecto certamente ligado à maior escala de produção das empresas e ao uso mais intensivo de tecnologia”.
A pesquisa foi feita no âmbito do BRS Aqua, projeto que envolve mais de 20 Unidades e cerca de 270 empregados da Embrapa. Coordenado pela pesquisadora Lícia Lundstedt, tem financiamento de três fontes: o Fundo Tecnológico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Funtec / BNDES); a Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SAP / Mapa), recurso financeiro que está sendo executado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); e a própria Embrapa.
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