Salmoniculturas chilenas adotam medidas para conter a Covid-19
Para alguns empresários chilenos, a salmonicultura é um dos setores menos afetados na economia local a partir do coronavírus
14 de abril de 2020
A salmonicultura chilena adota medidas drásticas para conter o contágio da Covid-19 nos centros de cultivo e evitar emergências sanitárias. Na semana retrasada, a Invermar teve episódio de mortalidade massiva de 937,2 mil salmões coho em Quellón, na lha de Chiloé. A causa é atribuída ao florescimento de microalgas nocivas, comum nesta época do ano com o aquecimento dos oceanos.
As empresas que operam na XI região de Aysén, como Aquachile, Bumar, Cermaq, Multiexport, Mowi e outras, firmaram um compromisso de restringir o acesso de funcionários às plantas apenas por via marítima, reduzir a quase a metade a capacidade produtiva, flexibilizar os turnos e fortalecer barreiras sanitárias.
Para alguns empresários chilenos, a salmonicultura é um dos setores menos afetados na economia local a partir do coronavírus, apesar do colapso do food service em grandes clientes, como Estados Unidos e Chile.
Um fundo solidário de 2 bilhões de pesos chilenos (R$ 12,4 milhões) criado pela associação salmoneira SalmonChile, serão encaminhados a hospitais e centros de saúde nas regiões em que as indústrias operam, especialmente na zona sul-austral do país.
Maior preocupação tem sido a saúde
Em entrevista à Salmonexpert, gerente geral da Multiexport Foods, Andrés Lyon afirma que maior preocupação tem sido a saúde e tranquilidade dos colaboradores.
Lyon explica que a empresa, no âmbito da pandemia de Covid-19, “apresenta uma posição financeira muito sólida e boas condições sanitárias em suas lavouras. Acrescentamos a isso o comprometimento, a experiência e o profissionalismo de nossas equipes, o que nos dá a segurança e a tranquilidade que estaremos tomando e executando da melhor maneira possível as decisões necessárias para enfrentar esta crise”, falou.
A produção da Salmonexpert está operando a 100%, enquanto planta de processamento trabalha em 70% de sua capacidade. “Este último, devido aos protocolos de biossegurança implementados pela empresa, em prol de oferecer a nossos colaboradores um ambiente trabalho mais seguro”, frisou.
Mesmo com tantos pedidos para paralisar a indústria do salmão para conter o Covid-19, ele enfatiza que trabalham com medidas rigorosas de controle, prevenção e contingência em relação ao contágio em todas as regiões e divisões, incluindo a limitação nas operações de processamento. Para ele, a interrupção das operações da indústria do salmão, tanto no Chile quanto no mundo, tem alguns efeitos negativos em diferentes escalas.
Entre tais efeitos citados por Lyon, estão o bem-estar animal e ecológico. Assim como ponto de vista dos alimentos e a necessidade de garantir a continuidade operacional do setor, para a sustentabilidade das empresas, de seus colaboradores, da economia regional e de seus stakeholders em geral.
Créditos da Imagem: Pixabay