TCP se apresenta como nova opção ao setor aquícola
Aquicultura

TCP se apresenta como nova opção ao setor aquícola

Tecnologia do Consórcio Probiótico (TCP) promete melhora na performance de animais de todo o ramo agropecuário

20 de julho de 2020

A Tecnologia do Consórcio Probiótico (TCP) é uma nova aposta de uma recém-criada empresa brasileira de biotecnologia que promete uma melhora na performance dos animais do setor aquícola e demais ramos da agropecuária, ocasionando ainda um processo de produção mais sustentável. Os detalhes do projeto e o nome das empresas parceiras envolvidas ainda estão em sigilo, mas o objetivo é competir pelo mercado de probióticos e prebióticos.
 
A tecnologia é fruto de um acordo entre uma empresa brasileira e um grupo americano, responsável por soluções com o uso da TCP na  saúde humana, conforme explica Fábio Duarte, líder da empresa nacional. Ele destaca que, embora a tecnologia esteja estreando no agropecuário nacional, ela já está presente no setor mundial em diversos países, como Austrália, Polônia e Tailândia.
 
Já a linha de probióticos desenvolvida é voltada para o cultivo de toda a criação de animais, seja em ambientes secos como a suinocultura e avicultura, ou ambientes úmidos como a aquicultura.  
 
A TCP é definida como a utilização de variadas cepas de bactérias saudáveis onde cada uma tem um papel chave na sua aplicação. "A tecnologia não está embasada apenas na mistura de cepas distintas, mas ela faz com que elas [bactérias] não entrem em conflito”, explicou.
 
Conforme ele, a utilização das distintas bactérias saudáveis faz com que o produto tenha uma eficácia maior, já que ao unir cepas distintas, é possível fazer com que elas atuem de forma simbiótica, ou seja, uma ajudando a outra a sobreviver no meio.
 
A tecnologia é possível de ser aplicada em qualquer tipo de cultivo com animais confinados. A performance destes animais está relacionada ao que se chama de “ambiência”, que é o ambiente saudável e adequado para que eles consigam se desenvolver. "Quando a gente fala de utilizar a TCP para tratativa desta ambiência, é basicamente tentar regular este ambiente no nível microbiológico”. 
 
O tratamento do ambiente com o uso da TCP é através da modulação com microorganismos saudáveis em um processo chamado "Quorum sensing (QS), termo utilizado para definir a capacidade das bactérias de detectar e responder a presença de outras. “Quando se utiliza bactérias saudáveis em um ambiente contaminado com patogênicas, as que ali estavam conseguem perceber a presença do outro grupo e começam se sentir ‘ameaçadas’ para então, regredir”, destacou Duarte.
 
Biosseguridade Ativa 
O segundo pilar da TCP é baseado na Biosseguridade Ativa. Trata-se da inoculação do meio com bactérias saudáveis e sua sequência ao longo do processo, inclusive com animais presentes, podendo mantê-lo equilibrado por muito mais tempo ao longo do processo produtivo, o que deverá reduzir significativamente a utilização de químicos e antibióticos. 
 
Na aquicultura, quando se usa muita ração há a presença de matéria orgânica (como carbono e nitrogênio). Através do nitrogênio é possível gerar os compostos nitrogenados (como amônia, nitrito e nitrato) que em excesso são maléficos aos animais. Então, quando se modula o meio com as bactérias certas, é possível controlar estes elementos”, explicou.
 
Conforme o diretor, a TCP também é capaz de resolver um problema de cultivo sem criar um problema ambiental, pois muitas vezes se utiliza um antibiótico ou composto químico mais agressivo para controlar a presença dos organismos vivos no meio, mas o produtor também poderá criar um problema ambiental porque essa água do viveiro fatalmente acabará indo para o leito de um rio.
 
Outro ponto interessante da TCP está relacionado ao processo de bioacumulação, como no uso excessivo de antibióticos no animal que, por exemplo, pode culminar no final da cadeia e na saúde do consumidor. Neste caso, uma das aplicações recomendadas com a TCP é a chamada “Terapia de Suporte”, que é o tratamento do animal em momentos específicos sem bioacumular elementos danosos à saúde humana quando consumidos em níveis elevados.
 
Segundo Duarte, estudos e resultados práticos comprovam que animais tratados preventivamente com tecnologias probióticas respondem de duas a três vezes mais rápido a um tratamento por antibiótico.
 
Performance e financeiro
O terceiro pilar da TCP é baseado em resultados - tanto na performance do animal quanto no financeiro do produtor. Para Duarte, com a evolução na produção destas tecnologias em território nacional, é possível oferecer soluções substitutivas àquilo que o mercado oferece em termos de antibióticos e químicos a um preço muito mais competitivo do que há alguns anos. 
 
Além da aplicação por ambiência (TCP), também é possível modular a flora intestinal dos animais por via oral. Como destaca, nos animais monogástricos (que têm apenas um estômago) a eficiência de absorção dos nutrientes não é tão alta. Então, com a modulação da flora intestinal é possível melhorar a performance de absorção no chamado “Fator de Conversão Alimentar” (FCA).
 
Quando se fala em modulação da flora intestinal, não se pode desconsiderar a modulação do sistema imune dos animais. Segundo Duarte, um dos resultado encontrados com frequência nos animais que foram acometidos por alguma doença e tratados com a TCP, foi uma resposta imune muito mais rápida quando há a necessidade da aplicação de um medicamento.
 
Outro detalhe do produto é a base líquida, que o torna pronto para abrir e ser utilizado. "O benefício é muito grande porque a gente percebeu que uma das barreiras de entrada de ativos biológicos era exatamente o trabalho adicional", frisou.  
 
Duarte destaca que, embora a tecnologia biológica não seja uma novidade em si, a utilização como modulador de flora intestinal e modulador de ambiente e consórcio de bactérias são novidades agora acessíveis ao produtor.  "O custo da tecnologia se paga com o resultado gerado em produtividade, em redução de perdas e ainda sobra", concluiu.  
 
 
Crédito da imagem: Acervo/SeafoodBrasil

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