Anunciado apoio às marisqueiras afetadas pelo acidente da Braskem
Pesca

Anunciado apoio às marisqueiras afetadas pelo acidente da Braskem

Pescadoras alagoanas também haviam reivindicado apoio para superar impactos socioeconômicas, fim da violência, discriminação, entre outras

06 de maio de 2025

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Marisqueiras e pescadoras artesanais de Alagoas seguem enfrentando os severos impactos do desastre ambiental causado pela exploração de sal-gema pela Braskem, que resultou no afundamento de bairros inteiros de Maceió em 2018. Em audiência pública na segunda-feira, 28 de abril, organizada pela Assembleia Legislativa de Alagoas, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, anunciou a destinação de recursos federais para apoiar essas trabalhadoras na retomada de suas atividades.

De acordo com Maria Silva Santos, presidente da Federação dos Pescadores e Aquicultores de Alagoas (Fepeal), o acidente afetou diretamente a subsistência de aproximadamente 12 mil mulheres que atuam na pesca artesanal no estado, muitas delas vivendo em situação de vulnerabilidade. “Essas mulheres perderam seus territórios de trabalho e enfrentam dificuldades com deslocamento, insegurança alimentar e redução de renda”, afirmou.

Planos de ação e apoio federal

A ministra Cida Gonçalves destacou que o governo federal investirá cerca de R$ 500 mil em um projeto piloto com a Cooperativa de Marisqueiras Guerreiras (Coopmaris). Em resumo, ela também ressaltou a necessidade de um plano de trabalho amplo que contemple reparações individuais e coletivas, em articulação com outros ministérios, como Saúde, Pesca e Assistência Social. “A maior parte das famílias chefiadas por mulheres enfrenta dificuldades agravadas por desastres climáticos e crimes ambientais. Precisamos garantir que essas trabalhadoras tenham suporte para reconstruir suas vidas e preservar suas tradições”, enfatizou Cida.

Em síntese, as ações propostas foram classificadas em curto, médio e longo prazo. Aqui, cabe lembrar que as prioridades imediatas incluem segurança alimentar e melhoria nas condições de trabalho. Já a médio prazo, destaca-se a recuperação de recursos pesqueiros e o combate à discriminação. Para o longo prazo, estão previstas políticas habitacionais inclusivas e estratégias para mitigar os impactos do deslocamento forçado.

Racismo ambiental e desafios econômicos

Durante o encontro, Ana Paula Santos, integrante da Rede de Mulheres Pescadoras da Costa dos Corais, ressaltou que o racismo ambiental e os prejuízos econômicos estão entre os principais desafios enfrentados. Ela apontou ainda a escassez de pescados, como o sururu, devido às mudanças climáticas e à poluição das águas. “Além da perda de renda e da saúde, estamos perdendo nossa identidade cultural e os territórios onde nossas famílias construíram suas histórias”, destacou.

Estrutura de acolhimento e novas iniciativas

A audiência também marcou a assinatura de um contrato de R$ 19 milhões para a construção da Casa da Mulher Brasileira em Maceió, que oferecerá suporte integrado às mulheres do Estado. Além disso, foi destacada a importância de apresentar os avanços na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), reforçando o protagonismo das mulheres na gestão de desastres ambientais.

Por fim, apesar dos desafios, as marisqueiras e pescadoras mantêm viva a luta por seus direitos, representando não apenas a resistência de suas comunidades, mas também um apelo pela preservação da cultura e das tradições da pesca artesanal em Alagoas.

 

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Créditos: Divulgação MPA

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