Brasil registra 579.080 t de tilápia produzidas em 2023
Aquicultura

Brasil registra 579.080 t de tilápia produzidas em 2023

Em 2023, País viu crescimento da tilápia enquanto peixes nativos e outras espécies seguem em busca de estabilidade

04 de março de 2024

A produção de peixes de cultivo no Brasil tem testemunhado um crescimento ano a ano, e a estrela desse sucesso é a tilápia. De acordo com os dados mais recentes do Anuário 2024 da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), das 887.029 toneladas de peixes na produção nacional, em 2023, 579.080 toneladas foram de tilápia, um aumento de 5,28% da espécie em relação ao ano anterior. Isso equivale a 65,3% do total produzido no período.
 
Mas, enquanto a tilápia mantém sua posição de destaque no mercado, o documento ressalta também os desafios enfrentados pelo segmento de peixes nativos e outras espécies e pontua a necessidade de um foco contínuo em políticas de apoio e investimentos para garantir a sustentabilidade e o crescimento do setor como um todo.
 
Tilápia: a protagonista
 
Em relação a tilápia, Francisco Medeiros, presidente da PeixeBR, esse crescimento é impulsionado pelo crescente interesse dos consumidores por esse peixe. “A espécie já está presente nos cardápios de todo o país – mesmo na região Norte, onde não é cultivada. Contribui para o aumento da produção – e da demanda – a qualidade da tilápia brasileira, indiscutivelmente uma das melhores do mundo em termos de sabor, suculência e saudabilidade”, ressalta.
 
Nos últimos dez anos, a produção de tilápia no Brasil deu um salto impressionante, passando de 285 mil toneladas para 579 mil toneladas, representando um aumento de 103%. Esse crescimento exponencial coloca a tilápia como a proteína animal de maior crescimento no País nesse período. Com a expansão do cultivo em mais estados, o Brasil oferece o ambiente ideal para a tilápia alcançar altos níveis de produtividade.
 
Nativos: problemas pelo caminho
 
Em 2023, a produção brasileira de peixes nativos atingiu 263.479 toneladas, uma leve queda de 1,3% em comparação ao ano anterior. Apesar desse desempenho, esse segmento representa cerca de 29,7% da produção total do País. “Não se pode dizer que o resultado do cultivo de peixes nativos no ano passado foi positivo, mas também não foi tão negativo”, analisa Medeiros.
 
Conforme ele, o resultado do segmento foi impactado por problemas de fora da cadeia produtiva, como a falta atenção maior das autoridades estaduais, que, conforme o dirigente, precisam priorizar essa atividade tão importante para as economias locais, além de gerar centenas de milhares de empregos. “A questão ambiental é prioritária, assim como é necessário definir – e levar adiante – um modelo de negócios atrativo para o investimento da iniciativa privada. Os estados que estão nesse caminho apresentam melhor desempenho”, analisa.
 
Os peixes nativos estão, prioritariamente, na região Norte. Rondônia é o maior produtor (56.500 toneladas), porém teve queda em 2023 (-1,2%). Entre os 5 maiores produtores, somente Mato Grosso teve ligeiro aumento da produção. Outros estados como Maranhão, Pará e Amazonas também registraram recuos na produção.
 
Outros: em estabilidade
 
Enquanto isso, as outras espécies de cultivo, como carpas, trutas e panga, mantiveram estabilidade em 2023, contribuindo com 5% da produção total. Destaque para o crescimento da produção de panga, especialmente em estados da região Nordeste, como Maranhão e Piauí. O presidente da PeixeBR destaca que conversações no Ibama estão em andamento para regularizar a criação de pangas no Brasil.
 
O Rio Grande do Sul, com 17.000 toneladas, em 2023, lidera o cultivo dessas espécies, seguido por Santa Catarina, Maranhão, Piauí e São Paulo. Entre os cinco estados, dois apresentaram que¬da da produção de outras espécies (SC e MA), dois alta (PI e SP) e um estabilidade (RS).
 
Créditos: Canva
 

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