Camarão pode fechar 2015 com produção 10% menor que no ano anterior

Camarão pode fechar 2015 com produção 10% menor que no ano anterior

Preços em queda forçam redução na produção para ajustar equilíbrio entre oferta e demanda

03 de março de 2016

O balanço total de 2015 ainda não foi concluído pela FAO, mas as estimativas mostram que a produção mundial de camarão de cultivo deve cair 10% por conta da queda de preços do produto. Até o terceiro trimestre do ano passado, as importações pelos EUA haviam crescido marginalmente, mas a tendência era de queda na Europa e Japão. Em contraste, as importações foram maiores em mercados crescentes da Ásia e Oriente Médio, apoiadas por preços mais baixos.

Segundo a FAO, a produção total do ano passado deve chegar a 2 milhões de toneladas de camarão de cultivo, como resultado de menores esforços na aquicultura por conta de problemas sanitários na China, Índia, Equador e Vietnã. Nestes principais países produtores, os carcinicultores reduziram as densidades de estocagem para reduzir ou evitar a ocorrência de doenças.

No Vietnã, os produtores estão em transição do vannamei para o camarão tigre (black tiger) por conta do desequilíbrio entre oferta e demanda para o vannamei. Já na Índia, os preços em queda e condições de tempo desfavoráveis impactaram a produção nas fazendas, que deverá ser de 10% a 20% menor que no ano anterior. Caso similar ocorre na Indonésia, onde a menor demanda por ração para camarões e indicadores de exportação menores denotam redução na produção. A única exceção na situação sombria da carcinicultura na Ásia é a Tailândia, onde a produção cresceu em 2015 para 260 mil toneladas, com tendência de aumento de 10% na produção em 2016.

A América Latina tem uma mistura de sensações na indústria de camarão. No Equador, que lidera o continente na produção em cativeiro, os carcinicultores reduziram as densidades em setembro para evitar doenças e os volumes devem cair. No México, a situação sanitária melhorou e a produção se recuperou para até 85 mil toneladas em 2015, ante 70 mil toneladas em 2014.

O recorde de capturas do camarão Pleoticus muelleri na Argentina em 2015, com mais de 140 mil toneladas desembarcadas, representou um aumento de 10% sobre 2014. Esse aumento nos desembarques, junto à força do dólar e a crise na economia chinesa teve um efeito negativo nos preços, cuja tendência foi de queda para todo o ano de 2015.  A FAO estima que isto deve continuar em 2016, já que os estoques estão altos com os volumes do ano anterior e já houve fortes capturas em 2016.

Balança comercial do camarão

Apesar da tendência de um preço menor no cenário internacional, as importação nos mercados já desenvolvidos desapontaram no período entre janeiro e setembro de 2015 ante o mesmo período de 2014. Os volumes exportados cresceram suavemente (2,1%) no principal mercado, os Estados Unidos, mas caíram 1,6% na União Europeia (entre janeiro e agosto), 3,4% no Japão e surpreendentes 20% na Austrália - os três mercados sofrem com a desvalorização de suas moedas.

Ainda assim, houve incremento nas compras da Coreia do Sul (11,6%), China (24%), Taiwan (11%) e Canadá (22%). Mas na Ásia quem se destacou foi o Vietnã, um mercado muito atrativo ao congelado, com importações que praticamente dobraram durante o período revisado. Comparadas a 2014, as exportações da Índia e Equador aumentaram em 10% e 15%, para 280 mil toneladas e 257 mil toneladas, respectivamente,  entre janeiro e setembro de 2015.

A Índia teve como mercados principais os Estados Unidos, Vietnã, Europa, Japão e China, mas também cresceu no Kuwait, Catar e Egito, além dos vizinhos Sri Lanka e Maldivas. Já para o Equador, o Vietnã foi o principal mercado, seguido pela Europa, Estados Unidos, China e a Coreia.

As exportações da Tailândia também cresceram (3,4%), dominadas pelo camarão com valor agregado. De fato, nos mercados japonês e norte-americano, 63% e 66% das exportações do país asiático, respectivamente, consistiram em produtos de camarão preparados.

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