Capturas de cod no mar de Barents caem; preço do bacalhau pode subir
A temporada de pesca de uma das espécies usada para o bacalhau do Porto aqui no Brasil apurou queda tanto nas pescarias norueguesas quanto nas russas
06 de julho de 2015
A temporada de pesca do cod Gadus morhua, uma das espécies usada para o bacalhau do Porto aqui no Brasil, apurou queda tanto nas pescarias norueguesas quanto nas russas no Mar de Barents - onde se concentram os estoques -, segundo apurou a Organização das Nações Unidades para a Agricultura e Alimentação (FAO).
Na última década, o desembarque de cod entrou em uma tendência crescente, mas em 2015 cairão sensivelmente. As cotas também foram reduzidas na região: de 993 mil toneladas em 2o14, foram reduzidas para 894 mil toneladas neste ano, praticamente 100 mil toneladas a menos.
Nas primeiras seis semanas do ano, a captura norueguesa caiu 54% na comparação com 2014, para 53 mil toneladas - em 2015 havia sido de 117 mil toneladas. Já os barcos russos capturaram 39% menos no mesmo período, de 38 mil toneladas em 2014 para 23 mil este ano.
O reflexo, claro, notou-se no preço. Cresceram quase 50% entre fevereiro de 2014 e março de 2015 e alguns analistas esperam preços ainda maiores no restante do ano. Ainda assim, os preços estão abaixo do pico experimentado em 2007 e 2008. "O consenso geral na indústria é que os preços devem se manter firmes durante o ano, com a cota reduzida no Mar de Barents como a principal razão", diz a FAO.
Novos mercados
Apesar da queda, novos mercados já começam a disputar o reduzido estoque de cod. A China parece superar problemas políticos no relacionamento com a Noruega e demonstra crescente interesse na espécie. O país asiáticos já é um grande comprador de cod congelado da Noruega, mas a maior parte é importada para processar e reexportar aos Estados Unidos.
Em 2014, a China foi responsável por 46% das exportações de cod congelado e a agora a Noruega mira nos consumidores chineses, preparando campanhas promocionais com o objetivo de incrementar o consumo de cod norueguês para cerca de 20 mil toneladas nos próximos cinco anos.
Crédito da Foto: FAO/ONU
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