Com apetite voraz por pescado, espanhóis querem novas espécies e produtos

Com apetite voraz por pescado, espanhóis querem novas espécies e produtos

Com reação da economia, ibéricos querem expandir ainda mais consumo de 42,4 kg per capita

20 de outubro de 2016

Passados 8 anos de crise, a economia espanhola reage: o desemprego está em queda (28,9% em 2013 para 21% em 2016), a inflação é negativa e a tendência de consumo de pescado é de alta. O país consome 42,4 kg de pescado per capita, segundo a FAO, mais do que os brasileiros consomem de carne bovina (30,6 kg) e pouco menos do que consumimos de frango (44,4 kg) - fonte brasileira: MB Agro.

Atualmente, as espécies mais consumidas por lá são da pesca extrativa, como bacalhau, merluza, dorada, robalo e peixe-sapo, além dos moluscos de concha e cefalópodes. Só que uma pesquisa recente do instituto TNS/Gallup encomendado pelo Conselho Norueguês da Pesca mostra que os espanhóis querem mais diversificação.

Eles já comem mais salmão (em torno de 65 mil toneladas) que bacalhau (55 mil toneladas), em uma inversão recente que se deve à popularização do sashimi por lá, assim como no Brasil. A pesquisa mostra que, em 2012, o salmão já era superior ao bacalhau no hábito de consumo, mas em 2015 chegou a mais de 20% das menções na pesquisa, enquanto o bacalhau ficou abaixo de 5%. A merluza é a espécie mais consumida, com 26% de citações.

Entre os motivos elencados para a diversificação e um consumo maior de pescado, está a alta frequência com que consomem estes produtos. De cada 10 espanhóis, 9 comem peixes e frutos do mar pelo menos uma vez por semana, de preferência fresco. Os mais velhos comem mais do que os mais jovens, assim como os ricos adotam mais pescado em sua dieta do que os mais jovens. A relação preço e qualidade é o primeiro fator citado nesta pesquisa como determinante para comprar mais pescado.

Isso abre espaço para outros produtos ainda desconhecidos dos espanhóis, como os peixes nativos brasileiros, embora isto exija um longo trabalho de construção de marca, como avaliam especialistas. Rafael Pinto, brasileiro radicado em Barcelona que atua na área de importações do Grupo Videla, indica que um bom plano de marketing e boas parcerias podem fazer isso acontecer. “Se atrás desta estratégia de marketing existe um grupo bem estruturado financeiramente, que puder bancar a entrada na Espanha com o tambaqui e pirarucu, por exemplo, e estiver disposto a esperar até cinco anos para amadurecer, para mim, como brasileiro morando em Barcelona, é futuro garantido para esta empresa.”

O Videla já tem a Mar & Terra como fornecedor de pirarucu fresco que segue por via aérea. Segundo Ricardo Vasconcelos, gerente de comércio exterior na Mar & Terra, o último embarque foi superior a 500 kg e o negócio está crescendo. “As empresas que visitamos querem produtos que sejam complementares, não necessariamente exóticos. E, em contrapartida, tenham
uma excelente qualidade e uma história para contar. E o pirarucu se encaixa perfeitamente nisso.”

Leia a cobertura completa sobre estes dados e os resultados da participação brasileira na feira Conxemar 2016 na Seafood Brasil #16, que circula em breve.

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