Fazenda de camarão do RN obtém rentabilidade mesmo com presença da mancha branca
24 de janeiro de 2014
Crédito da imagem: Barbara Ann Spengler
O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) anunciou, através da Superintendência no Rio Grande do Norte, resultado inédito de uma experiência que deverá devolver a rentabilidade aos produtores de camarão. Esses produtores viram grandes perdas nos últimos anos, pois tiveram problemas com o desenvolvimento das espécies por causa da presença do vírus da "mancha branca", que mata os crustáceos, em áreas afetadas pela doença. E agora, um projeto piloto desenvolvido pela Camanor Produtos Marinhos, comprovou, com um modelo sustentável de produção, que é possível ampliar capacidade e qualidade mesmo em um ambiente com a presença da mancha branca.
“Esta é uma grande notícia. Não poderíamos começar 2014 melhor. Estes resultados, que estão sendo acompanhados pelo Ministério da Pesca, apontam que a carcinicultura potiguar e brasileira voltará a ser forte, a produzir em grande escala, com qualidade e respeitando o meio ambiente. Isso é sustentabilidade”, destacou o superintendente de Pesca do MPA no Estado, Abraão Lincoln Júnior em comunicado.
A notícia trouxe animo para os produtores e para o MPA, que acredita que o país poderá investir na exportação de crustáceo.
O projeto da Camanor trabalhou com fases e o objetivo foi alcançado de forma gradativa. A produtividade final atingida, no mais recente viveiro colhido foi de 17.775 quilos por hectare, e sobrevivência de 100%. O peso médio ficou em 11 gramas, em um viveiro de 0,78ha, estocado com 150 camarões/m². Os números representam quebra de recorde de produtividade da Camanor nos seus 30 anos de existência. Este esforço originou o projeto que multiplica a capacidade de produção e reduz a zero o contato dos viveiros com ambientes externos.
“O principal diferencial deste projeto é que as experiências apontam sucesso em ambientes com presença da mancha branca, mal que está inviabilizando a carcinicultura, nas áreas atingidas aqui no Brasil”, explica o engenheiro de Pesca Luiz Peregrino, superintendente técnico da empresa e idealizador do projeto, em comunicado. Ele conta que a água é 100% tratada e reaproveitada e avalia que o experimento deverá proporcionar uma revolução na criação de camarão, voltando a abastecer a indústria de processamento em abundância e excelente qualidade, além de ser sustentável.
camarão, mancha branca, pesquisa, RN, tecnologia