Salmão em pauta: Alasca sobe produção, Noruega e Chile exportam mais e Brasil paga mais barato

Salmão em pauta: Alasca sobe produção, Noruega e Chile exportam mais e Brasil paga mais barato

Europeus lideram perspectivas de crescimento, enquanto chilenos vislumbram crescimento negativo neste e no próximo ano

09 de julho de 2015

Os noruegueses querem aproveitar o momento de altos preços do salmão no mercado, em razão de estimativas de queda de produção global do produto em 2015, conforme atesta a Organização Mundial das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO/ONU). Os europeus lideram as perspectivas de crescimento, enquanto os chilenos vislumbram crescimento negativo neste e no próximo ano. Na avaliação da FAO, essa será a primeira queda na produção do salmão no Chile desde a epidemia de ISA em 2010.

Em paralelo, a onda de consolidação continua no Chile com um número crescente de possibilidades de fusões e aquisições. As margens de lucro estão começando a convergir com aquelas das salmoniculturas norueguesas, de acordo com a FAO, como resultado de um gerenciamento melhor de piolhos do mar nas fazendas chilenas, além de um crescimento de produtividade e maior acesso a mercados como a Rússia e China.

Já no caso do salmão selvagem, tanto no Alasca quanto na Rússia a projeção é de aumento das capturas do salmão do Pacífico. Em particular a safra do salmão pink deve retornar a níveis normais depois de um fraco 2013, diz a FAO. O sockeye deve ter desempenho ainda melhor, já que a baía de Bristol, no sudoeste do Alasca, pode ter a terceira melhor captura desde 1960, calculada em 37,6 milhões de peixes.

Embarques em alta
Voltando à Noruega, as exportações em 2014 foram expressivas, mesmo com o embargo à Rússia que desde agosto afeta o comércio do salmão. O volume exportado pelos noruegueses foi 4% maior no ano passado sobre o ano anterior, de acordo com o Conselho Norueguês de Pescado (NSC). Com a saída do mercado russo, a Europa - principalmente a Polônia e a França - absorveu 11% mais salmão, em um total de 720 mil toneladas.

Enquanto no leste eropeu a receita caiu 37%, a Noruega faturou mais com os Estados Unidos e a Ásia. Aos americanos, foram exportadas 9.000 toneladas a mais de salmão, com 37% de filés congelados e 30% de filés frescos.

A experiência chilena foi melhor ainda em 2014. No ano passado, a indústria de truta e salmão ultrapassou os US$ 4 bilhões em receita pela primeira vez na história, segundo a FAO apurou com o Infotrade. O dado representa um aumento de 24,2% se comparado aos US$ 3,5 bilhões registrados em 2013. Em volume, isso significa que 566.500 toneladas chegaram aos mercados compradores - aumento de 7,3% ante 2013.

Muito se deve ao embargo à Rússia, que buscou no Chile o que não pôde comprar da Noruega no ano passado. As vendas aos russos triplicaram no segundo semestre de 2014 na comparação com o ano anterior, embora o poder de compra dos ex-soviéticos esteja em queda e a inflação em alta - que motivaram uma queda de 50% no consumo de salmão.

Mesmo caso do Brasil, segundo a FAO, que enxerga na fraqueza do real a razão para uma queda nas importações de filé de salmão chileno. Ainda assim, dados do AliceWeb mostram que as compras de salmão pelos brasileiros caíram pouco. Os filés baixaram de 3,7 mil toneladas importadas de janeiro a maio de 2014 para 2,7 mil toneladas em 2015.

No inteiro HG foi o contrário: de 28,8 mil toneladas adquiridas até maio de 2014, o Brasil comprou 31,3 mil toneladas. Tudo porque os chilenos concordaram em baixar os preços para manter o mercado. Se em 2014 os brasileiros pagaram em média, até maio, US$ 6,58 pelo kg, no mesmo período deste ano desembolsaram US$ 5,21.

Leia mais estatísticas do setor, da produção à comercialização, no 1º Anuário Seafood Brasil, cuja distribuição será em agosto.

Crédito da Foto: SalmonChile

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